ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM
15-9-2004.
Aos quinze dias do mês de setembro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Helena
Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro
Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e
Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou
abertos os trabalhos. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador João Antonio Dib,
o Pedido de Providências n° 1772/04 (Processo n° 4565/04). Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 150388, 150510, 150512, 150515 e 150625/04,
da Senhora Márcia Aparecida do Amaral, respondendo pela Diretoria Executiva do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, foi apregoado o
Memorando n° 388/04, firmado pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da
Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o
Vereador João Carlos Nedel estará representando externamente este Legislativo
no Grande Expediente em homenagem ao centenário do Colégio Nossa Senhora do Bom
Conselho, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, às quatorze
horas do dia cinco de outubro do corrente. Após, a Senhora Presidenta concedeu
a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Waldoir de Souza Castro,
Presidente da Associação de Moradores da Rua A, da Vila dos Sargentos, que
mencionou vários encaminhamentos, carentes de respostas, feitos por essa
Associação à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e solicitou que esta Casa
cumpra o seu papel de fiscalização do Poder Executivo Municipal. Também,
questionou a legitimidade do Projeto de Lei do Legislativo nº 153/04, que denomina
Rua Leodoro Pereira da Silva um logradouro do Bairro Serraria, justificando que
os moradores locais não foram consultados sobre essa proposição. Na ocasião,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Haroldo
de Souza, Cláudio Sebenelo, Raul Carrion e Renato Guimarães, manifestaram
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular e a Senhora Presidenta
determinou que as notas taquigráficas referentes ao pronunciamento do Senhor
Luiz Waldoir de Souza Castro, bem como documentos entregues por Sua Senhoria,
fossem enviados à Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, a fim de que
fosse dado o encaminhamento necessário às questões apresentadas em Tribuna Popular.
Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maria Celeste,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora
Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Adeli Sell, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 158, 191, 193 e 186/04, este discutido
pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Cláudio Sebenelo; em 3ª Sessão,
o Projeto de Lei do Legislativo n° 380/03, o Projeto de Resolução n° 080/04, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 012/04, discutido pelo Vereador
João Carlos Nedel, e o Projeto de Lei do Executivo n° 044/04, discutido pelo
Vereador Renato Guimarães; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n°
002/04, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Antonio Dib referiu-se a obras que os ex-Prefeitos José Loureiro
da Silva, Telmo Thompson Flores e Guilherme Socias Villela não puderam realizar
em virtude da não-aprovação, por esta Casa, dos respectivos Projetos de Lei.
Também, teceu críticas à falta de precisão técnica em contratos e convênios
firmados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, declarando ser necessário
respeitar a legislação nesse aspecto. O Vereador Sebastião Melo traçou um
paralelo entre os Presidentes da República Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva, assegurando que a imprensa divulgou uma falsa expectativa
sobre o crescimento do Brasil. Ainda, censurou a tentativa de acordo entre
membros do Executivo Federal e o Senador Antonio Carlos Magalhães, desaprovando
a trajetória política desse Parlamentar e declarando que o Partido dos Trabalhadores
não coloca em prática aquilo que prega nos discursos. O Vereador Raul Carrion
comemorou os avanços da educação pública no Brasil e exclamou que as informações
referentes à melhoria nos investimentos públicos e no desenvolvimento do País
não são invenções da imprensa, mencionando dados que comprovam essas notícias.
Nesse sentido, teceu críticas ao ex-Presidente da República Fernando Henrique
Cardoso, condenando as medidas tomadas nesse Governo em relação à economia e às
empresas estatais do País. O Vereador Cláudio Sebenelo contraditou o
pronunciamento do Vereador Raul Carrion, em Comunicação de Líder, no que tange
às ações do Governo Federal para a geração de empregos no País. Sobre o
assunto, questionou os resultados do programa Primeiro Emprego, alegando ser um
projeto muito dispendioso para o Brasil e de pouco retorno para a população.
Finalizando, criticou a conduta do Presidente da República em relação às
negociações com o Fundo Monetário Internacional. O Vereador Reginaldo Pujol,
reportando-se ao discurso do Vereador Raul Carrion, em relação a críticas
feitas sobre posicionamento político de membros do Partido da Frente Liberal,
mencionou que esse Partido sempre agiu com responsabilidade, na condição de
oposição ao Governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse contexto,
afirmou que integrantes do PFL que quiserem aderir ao Governo Federal não podem
continuar a integrar esse Partido, nem defender suas causas. O Vereador Isaac
Ainhorn declarou estar surpreso com as diretrizes políticas tomadas pelo
Partido dos Trabalhadores, com o apoio do Partido Comunista do Brasil,
mencionando que o Governo Federal adotou uma linha de governo neoliberal similar
àquelas do ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Nesse contexto,
questionou possível acordo político entre o PT e o Senador Antonio Carlos Magalhães,
para obtenção de maioria no Senado Federal. O Vereador Guilherme Barbosa
reportou-se ao pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, em relação a
contrato firmado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Petrobrás,
alegando que esse contrato foi aprovado pela Procuradoria Geral do Município. Sobre
a questão, justificou que as obras de asfaltamento que serão realizadas na
Cidade pela Petrobrás terão um preço menor do que aqueles que seriam cobrados
por empresas privadas. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de
autoria do Vereador Renato Guimarães, solicitando que a verificação de quórum para
ingresso na Ordem do Dia seja feita pelo Senhor Secretário, na folha de
presença, tendo o Vereador Haroldo de Souza manifestado-se acerca do assunto.
Em prosseguimento, o Vereador Isaac Ainhorn solicitou verificação da votação do
Requerimento formulado anteriormente pelo Vereador Renato Guimarães. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador
Guilherme Barbosa formulou Requerimento verbal, aditado pelo Vereador Wilton
Araújo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Às dezesseis horas e três minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e onze minutos,
constatada a existência de quórum. Após, foi aprovado o Requerimento verbal,
anteriormente formulado pelo Vereador Guilherme Barbosa e aditado pelo Vereador
Wilton Araújo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Haroldo de Souza manifestado-se a
respeito. Em prosseguimento, foi aprovado o Processo nº 4409/04 (Autorização
para o Vereador Professor Garcia representar externamente esta Casa no VIII
Encontro Nacional de Revendedores de Combustíveis e no VII Encontro de
Revendedores de Combustíveis do Mercosul, no dia dezesseis de setembro do
corrente, em Gramado, com percepção de diária), de autoria da Mesa Diretora. Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº
104/04 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 014/04. Durante a apreciação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 014/04, a Vereadora Margarete Moraes
afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento.
Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 154/04, por vinte e cinco votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 097/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 100/04, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
165/04, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn,
João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete
Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia,
Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon
e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 112/04, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo
Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em continuidade, foi rejeitado
Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando o adiamento, por
três sessões, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/03, por nove votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Guilherme Barbosa, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion e Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Guilherme
Barbosa, tendo votado Sim os Vereadores Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Pedro Américo Leal,
Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Beto Moesch, Carlos Pestana, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion,
Renato Guimarães e Sofia Cavedon. Na oportunidade, foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador Carlos Pestana, solicitando que o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 015/03 seja votado nesta Sessão, sem possibilidade
de adiamento da sua discussão e votação, por quatorze votos SIM e dois votos
NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Isaac
Ainhorn, Adeli Sell, Beto Moesch e Raul Carrion, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Antonio Losada, Beto Moesch, Carlos Pestana, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Professor
Garcia, Raul Carrion, Renato Guimarães e Sofia Cavedon e Não os Vereadores
Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando Licença para Tratar de
Interesses Particulares no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado
empossado na Vereança o Suplente Antonio Losada, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foram apregoadas
Declarações firmadas pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando
o impedimento dos Suplentes Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Darci Campani, Zé
Valdir, Berna Menezes, Juberlei Bacelo e João Batista Pirulito em assumirem a
vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Helena Bonumá. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/03, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn,
teve sua discussão suspensa, face à inexistência de quórum deliberativo. Às
dezessete horas e trinta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum em
verificação solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino
Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos
Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora
Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Passamos à
O Sr. Luiz Waldoir de Souza
Castro, Presidente da Associação de Moradores da Rua A - Vila dos Sargentos,
está com a palavra para tratar de assunto relativo aos encaminhamentos feitos à
Prefeitura Municipal e pendentes de respostas, pelo tempo regimental de dez
minutos.
O SR. LUIZ WALDOIR DE
SOUZA CASTRO: Sr. Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, ocupando a Tribuna Popular, nos termos da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, solicitamos a atenção dos senhores nestes dez minutos,
tentaremos explanar as dificuldades que enfrentamos na busca de melhorias para
a comunidade em que vivemos. Solicitamos que os senhores façam uso de suas
atribuições de fiscalizadores do Executivo para que as seguintes solicitações
sejam executadas ou, ao menos, parte delas:
Ofício nº 001/2003 - Assunto:
Programa Integrado Socioambiental, encaminhado ao Sr. João Verle, Prefeito
Municipal, em 19 de dezembro de 2003. O citado Ofício trata de proposta
elaborada pela Diretoria para debater, discutir e contribuir com o Projeto que
afetará diretamente a nossa comunidade. Até hoje não recebemos resposta por
parte da Prefeitura.
Ofício nº 004/2004 - Assunto:
reunião relacionada ao Programa Integrado Socioambiental, encaminhado ao
CAR/Sul, em 27 de fevereiro de 2003. O citado Ofício solicita agendamento de
reunião com representantes do CAR/Sul, DMAE e DEMHAB para discussão a respeito
do Projeto. Até hoje o CAR/Sul não agendou reunião.
Ofício nº 006/2004 - Assunto:
execução de serviço viário, encaminhado à SMOV - Seção de Conservação Sul, em
10 de março de 2004. O citado Ofício solicita a urbanização, com escadaria, de
um pequeno trecho que liga as Ruas A e D, o qual serve como passagem de
pedestres, principalmente para crianças que passam para ir à escola. Até hoje a
SMOV não apareceu no local para estudar a viabilidade técnica e executar o
serviço.
Ofício nº 010/2004 - Assunto:
varrição e limpeza de via pública, encaminhado ao DMLU - Seção Zona Sul, Otto
Niemeyer, em 15 de abril de 2004. O citado Ofício solicita a capina, coleta de
resíduos, varrição e limpeza de via pública - Rua A. Esses serviços são
oferecidos pelo DMLU. Até hoje nenhuma equipe de limpeza apareceu para atender
esse Ofício.
Ofício nº 013/2004 - Assunto:
recapeamento de via pública e conservação permanente, encaminhado ao CAR/Sul, em
22 de abril de 2004. O citado Ofício, com base no Programa de Conservação
Permanente de Vias Públicas executado pela SMOV, indica dois logradouros na
Vila dos Sargentos para serem beneficiados. Até hoje não sabemos se o CAR/Sul
protocolou o pedido junto à SMOV. Um dos Conselheiros do OP disse tê-lo
incluído nas demandas de 2004. Também foi solicitado o serviço de recapeamento
da Rua A, do que também, até hoje, não temos retorno.
Ofício nº 017/2004 - Assunto:
proposta/sugestão para o Projeto Socioambiental, encaminhado por falta de
agendamento de reunião solicitada através do Ofício nº 004/2004, não
apresentamos esse documento, mas ele está devidamente registrado em cartório.
Data: 7 de agosto de 2004. O citado Ofício trata, mais uma vez, sobre o Projeto
Socioambiental, que tem sido motivo de muitas discussões, incertezas e causa
preocupações na comunidade.
Aproveitamos para questionar a
validade do Processo nº 3.543/04 - Projeto de Lei do Legislativo nº 153/04, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Leodoro Pereira da Silva -
Lico - um logradouro não-cadastrado, localizado no bairro Serraria. Como pode
estar em votação um Projeto que não teve a participação dos moradores da Rua A?
O Ver. João Bosco Vaz consultou a comunidade para saber se ela quer essa
mudança, se ela aprova esse nome? Os transtornos que essa mudança poderá
acarretar já foram questionados? Os estabelecimentos comerciais e a própria
Associação terão que alterar seus registros - o que implica custos -, e como as
correspondências serão encaminhadas? Por favor, V. Exas podem
esclarecer isso? Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Eu convido o Sr. Luiz Waldoir de Souza Castro,
Presidente da Associação de Moradores da Rua A - Vila dos Sargentos, para
compor a Mesa.
A Verª Maria Celeste solicita
Licença para Tratamento de Saúde para o dia de hoje, 15 de setembro de 2004,
quarta-feira. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Adeli Sell, nos termos
regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos - CEDECONDH. Seja bem-vindo, Vereador.
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; meu caro
Luiz Waldoir de Souza Castro, Presidente da Associação dos Moradores da Rua A -
Vila dos Sargentos. Há um livro, meu caro Luiz Waldoir, que eu tenho
recomendado a todos os Vereadores - inclusive distribuí para muitos - que se
chama “A Mãe do Lula e o Mal de Tarkson”, escrito pelo ex-Vereador petista
Heriberto Back, em que ele diz, textualmente, com toda a clareza, da perfídia
do Orçamento Participativo. Sobretudo, ele mostra quanto as associações de
bairro perderam de valor, de consistência, em razão do tal Orçamento
Participativo, que não realiza todas as obras que são listadas. Na verdade, ele
diz que é um mar de calma na frente das portas das Secretarias e da Prefeitura.
Nos bons tempos, a sua Associação teria chamado a Administração lá e a teria
pressionado; hoje, uma série de ofícios, uma série de documentos não são nem ao
menos respondidos. Este é o momento que nós estamos vivendo.
Eu acho que a associação de
bairro é essencial para a vida da Cidade, ela tem de ser respeitada, tem de ser
considerada, mas a Administração que aí está diz: “Não mesmo, é o Orçamento
Participativo”, igual àquele que Pilatos usava quando o interessava. Quando foi
para crucificar Jesus Cristo, ele usou o “Orçamento Participativo”; nas outras
vezes, ele fazia o que queria sem nenhuma atenção para com o povo que ele tinha
que governar, a quem ele tinha que prestar contas.
Portanto, o que está acontecendo
é falta de atenção para as associações de bairro e não se vai resolver tão
fácil toda essa série de documentos que nem ao menos tiveram resposta. Saúde e
PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes) Para começo de
conversa, nome de rua só vai passar aqui se nós tivermos, evidentemente, um
abaixo-assinado dos moradores daquela rua dizendo que é do seu agrado o nome
que vai ser dado àquela rua. Portanto, o senhor tem toda a razão nessa reclamação.
Até o ano passado - eu uso muito
o Pedido de Providências, tenho aqui em minhas mãos - foram 25 Pedidos de
Providências. Um deles, por exemplo: melhoria de iluminação, plantio de
árvores, colocação de bancos na praça Jorge dos Santos, no Parque dos Maias.
Até o ano 2003, de todos os Pedidos de Providências que eu enviava à Prefeitura
Municipal, 75% foram atendidos, o que eu achava uma média fantástica! Agora, eu
não sei por que, neste ano de 2004, caiu o atendimento a esses Pedidos de
Providências - troca de lâmpada, limpeza de bueiros, pavimentação e todos esses
itens que o senhor colocou. São exemplos do que pedimos, e nós também não somos
atendidos. Se o nosso pedido não for indicado pelo Orçamento Participativo,
aquela melhoria não é feita. Infelizmente, as coisas são assim dessa maneira.
Mas quero deixar claro que, até 2003, 75% dos meus Pedidos foram atendidos e
que agora, em 2004, caiu assustadoramente a produção nesse aspecto, nessa
função, que é uma função muito importante do Vereador.
O senhor tem o nosso apoio; se
quiser, nós assinamos embaixo para dar continuidade a esses pedidos que o
senhor está fazendo e que não foram atendidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Luiz Waldoir, esse é um dos
grandes problemas da perda do discurso; isto é: é muito fácil encaminhar esse
descontentamento a uma coisa que não existe juridicamente, que não existe como
personalidade, como instituição; ela existe como algo virtual, sem poder de
decisão. Há uma decisão superior. Por não existir juridicamente o Orçamento
Participativo, a demanda passa a ser atendida pelo Executivo, que é superior a
ele. Então, o Executivo faz quando tiver condições ou quando quiser. É essa a
questão crucial, não só da perda do discurso, como, principalmente, da falta de
alternativa. Não há alternativa, já que as associações de bairros
desapareceram, elas não têm nenhuma influência. E a alternativa maior que o
senhor encontrou é esta Casa, esta Tribuna Popular e, principalmente, o Poder
Legislativo, como órgão fiscalizador e órgão de presença perante um Executivo
que se omite nesses casos.
Mais do que isso, eu queria dizer
que, se o senhor procurasse pessoalmente o Ver. João Bosco Vaz, eu tenho
certeza de que ele negociaria tranqüilamente com a comunidade a respeito da
denominação da rua como Leodoro Pereira, essa última rua de que o senhor falou.
Tenho certeza de que ele será sensível a essa postulação da Associação que o
senhor preside. Meus parabéns.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Luiz Waldoir Castro,
Presidente da Associação de Moradores da Rua A; nós queríamos também saudar os
moradores da Vila dos Sargentos aqui presentes; a Srª Olinda Prestes, Diretora
da Associação da Comunidade Santa Cruz, da Vila dos Sargentos; o Sr. Nelson
Dalmás, Presidente da Associação de Moradores do Guarujá. Conversando com a
comunidade aqui presente, informam-me que, em primeiro lugar, a tal reunião que
tem sido solicitada se realizou segunda-feira e que o Sr. Luiz Waldoir foi
convidado; inclusive deram o nome do CROP da região, Sr. Diego Lopes, e o Sr.
Waldoir não participou da reunião, não se fez presente. Em segundo lugar - é a
informação da comunidade aqui presente -, o DMLU tem feito limpezas periódicas
na Vila dos Sargentos. E, sobre o Programa Integrado Socioambiental, nós,
Vereadores, pelo menos os que se interessam pelo assunto, o conhecemos. É um
Programa extremamente importante para a Cidade; serão reurbanizadas casas para
1 mil e 500 famílias, com saneamento ambiental, e, na verdade, a maioria da
população está interessada e apóia. São 250 famílias em situação de risco que
precisam ser reassentadas e que defendem esse Programa. Parece que haveria
alguma contradição, o Sr. Luiz Waldoir teria umas três ou quatro propriedades,
inclusive sobre o rio, e, possivelmente, o Programa Integrado Socioambiental
vai atingi-las. Mas o interesse da maioria tem de prevalecer nesse caso.
Eu queria dizer, em nome da
Bancada do PCdoB, que respeitamos a sua manifestação, mas estamos solidários
com a maioria, que é a comunidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RENATO
GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sr. Waldoir, representando aqui a
Associação dos Moradores da Rua A - Vila dos Sargentos, e todos os companheiros
e companheiras militantes do movimento popular da região que também se fazem
aqui presentes, a gente queria, em nome da Bancada do PT, destacar algumas
questões.
Em primeiro lugar, o Programa
Integrado Socioambiental, no nosso entendimento, traz uma conquista enorme para
a cidade de Porto Alegre e para a região em que o senhor mora; os nossos
visitantes serão premiados com um conjunto de obras estruturais de tremendo
valor. Eu tive oportunidade, presidindo a FASC, de acompanhar situações que
envolviam a questão das cheias e sei da emergência que é retirar famílias da
beirada daquele rio, que ficam, naquele momento de chuva, numa situação de
risco. Portanto, o Programa Integrado Socioambiental vem resolver essa questão
estrutural.
Queria destacar que, parece-me,
alguns cidadãos da sociedade ainda permanecem na escuridão, surdos e mudos em
relação ao que representa o Orçamento Participativo para a cidade de Porto
Alegre. Acho que isso não causa mais um mal para este Parlamento, que avançou
muito em dialogar com o Orçamento Participativo. Acredito que a grande maioria
dos cidadãos de Porto Alegre não tem nenhuma saudade do tempo em que o
Orçamento Participativo não existia, quando os Prefeitos resolviam, dentro dos
seus gabinetes, como aplicavam as verbas. Hoje a população de Porto Alegre, nas
suas comunidades, junto com a Prefeitura, debate e decide onde colocar os
recursos públicos. Eu acredito, com toda a certeza, que ninguém quer voltar
àquele passado. Todo o mundo afirma, com muita clareza, o ganho para a
cidadania de Porto Alegre que vem através do Orçamento Participativo. Nós não
podemos confundir isso.
Eu queria, por fim, Verª Margarete,
colocar a CUTHAB à disposição dos cidadãos para que possamos nos reunir junto
com eles a fim de discutir com os órgãos essa lista de ofícios de serviços,
porque eu sei que, certamente, os órgãos terão todo o interesse de vir aqui
conversar e atender. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Eu agradeço a presença do Sr. Luiz Waldoir de
Souza Castro, Presidente da Associação de Moradores da Rua A - Vila dos
Sargentos; também quero agradecer a presença da comunidade, que nos honra aqui
nesta Casa, nesta tarde, em nome do Sr. Nelson Dalmás.
Solicito à Diretoria Legislativa
que recolha as notas taquigráficas e as envie à CUTHAB, cuja presidência é do
Ver. Renato Guimarães, para que possa dar encaminhamento a essas questões hoje
apresentadas.
Muito obrigada, o senhor é sempre
muito bem-vindo nesta Casa. O Sr. Luiz Waldoir deixou uma série de documentos
que, na condição de Presidenta, encaminharei à CUTHAB, aos cuidados do Ver.
Renato Guimarães.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
2.ª
SESSÃO
PROC. N.º 3606/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 158/04, de autoria do
Ver. Almerindo Filho, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Senhor Rudi Armin Petry.
PROC. N.º 4201/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 186/04, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que disciplina a atividade de profissionais do sexo no
Município de Porto Alegre.
PROC. N.º 4319/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 191/04, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que institui o Dia Municipal do Samba a ser comemorado,
anualmente, no dia 2 de dezembro, que integrará o Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
PROC. N.º 4413/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 193/04, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre
à Senhora Mariza Silveira Alberton.
3.ª
SESSÃO
PROC. N.º 5201/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 380/03, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Felicio Salvador Celia um logradouro
público cadastrado, localizado no Bairro Cascata. Com Substitutivo n.º 01.
PROC. N.º 2686/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 080/04, de autoria do Ver.
Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor Ronaldo Assis Moreira.
PROC. N.º 3914/04 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 012/04, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera dispositivos da Lei
Complementar n.º 197, de 21 de março de 1989, e alterações posteriores, que
institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato
oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos, e estabelece o
parcelamento do imposto em dez frações mensais e consecutivas.
PROC. N.º 4336/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 044/04, que declara de utilidade pública o Instituto Recriar.
4.ª
SESSÃO
PROC. N.º 4225/04 - PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA N.º 002/04, que altera e
dá nova redação aos incisos I e III do § 6º, e aos inc. I e III do § 7º, todos
do art. 121 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (prazos/projetos
orçamentários)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, que bons tempos aqueles em que o Prefeito ia às
vilas da Cidade, que os Secretários iam discutir com as associações de bairros
os seus problemas, não apenas ficavam no papel! Muita coisa foi resolvida nesta
Cidade porque o Prefeito compareceu ou porque o Secretário lá esteve. Mas, tudo
bem, a gente pode mudar as coisas até um certo ponto.
Na segunda-feira, eu discutia
aqui um Projeto que entendi que não cabia, mas também disse que gostaria de ver
o seu autor presente no plenário - o Ver. Adeli Sell -, para que ele pudesse
explicar melhor. Hoje, inclusive, o jornal O Sul traz, na primeira página, como
manchete, o Projeto de Lei de autoria do Ver. Adeli Sell que disciplina a
atividade de profissionais do sexo no Município de Porto Alegre.
Eu disse também que esse Projeto,
evidentemente, não será votado neste ano, mas foi apresentado. E não sei se
algum dia será votado, mas foi apresentado. Também elogiei, e volto a elogiar,
o Dr. Cláudio Velasquez, Procurador desta Casa, pelo Parecer brilhante e
competente, em que diz (Lê.): “Contudo, de ressalvar: a) por força dos disposto
no artigo 22, incisos XVI e XXIX, da Carta Magna, compete privativamente à
União legislar sobre condições para o exercício de profissões e propaganda comercial”
- duas coisas atingidas pelo Projeto do Ver. Adeli Sell - “preceitos que,
s.m.j., restam afetados pelo conteúdo normativo dos artigos 1º e 5º da
proposição [...] descumprimento de normas que não são as suas próprias,
consoante disposto no artigo 6º do projeto em exame (artigo 8º, inciso XIX, da
Lei Orgânica, a contrario sensu); o
preceito do artigo 1º da proposição, ainda, no implicar imposição de obrigações
ao Poder Executivo, s.m.j., atrai malferimento ao princípio da independência
dos poderes.”
Realmente o Projeto causou
sensação. Agora, há algumas coisas que eu preciso perguntar. O art. 1º diz
(Lê.): “O Executivo Municipal disciplinará, regrará e licenciará toda e
qualquer atividade de profissionais do sexo”. Ele não diz como, portanto não é
uma lei impositiva. Ele fará, ele regrará, produzirá, tudo bem. Mas o art. 2º
diz (Lê.): “A atividade pressupõe a emissão de alvarás da Secretaria Municipal
de Saúde e da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio, seguindo
o regramento para alvarás de atividades localizadas ou transitórias.” Continuo:
“Art. 3º - A atividade localizada ou transitória somente poderá ser exercida a
uma distância mínima de 200 (duzentos) metros de hospitais, igrejas e escolas.
Art. 4º - A atividade transitória poderá ser exercida a uma distância de 50
(cinqüenta) metros das paradas de transporte coletivo”. Evidentemente está aqui
escrito que a pessoa tem de ter um alvará para exercer a sua atividade
profissional do sexo.
Agora, o jornal O Sul também traz
fotos de profissionais do sexo. Eu perguntaria se o alvará vai ser pendurado no
minishort ou na miniblusa. Tem de ter
alvará e, pela forma da Lei Municipal, tem de ser mostrado. Como o alvará será
apresentado para que se saiba se a pessoa atendeu os requisitos da Saúde e da
SMIC, que foi tão bem presidida pelo meu ilustre e querido colega? Onde será
colocado o alvará, no minishort ou na
miniblusa? Há alguns aí em que será difícil! De qualquer forma, eu penso que,
como não vai ser votado, como não vai ser examinado - há outros Projetos mais
importantes que ainda não foram examinados -, como distração, vale. Saúde e
PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, em Pauta está o Projeto
do Ver. Wilton Araújo que permite o parcelamento do Imposto de Transmissão de
Bens Imóveis. Eu já me manifestei a respeito deste Projeto, que acho muito
importante. Até por sugestão do Ver. João Antonio Dib, será encaminhada uma
emenda que diz que o Imposto poderá ser pago em até dez parcelas mensais e
consecutivas, prevendo, também, alguns cuidados na lavratura da escritura que
exige o pagamento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Já falei também -
gostaria de repetir - na imensa quantidade de projetos relacionados à área da
construção civil que estão na Secretaria Municipal de Obras e Viação - SMOV - e
que estão parados. Parados, não andam, não são contratados os funcionários. O
setor da construção civil, meu caso Rufino, é o setor que mais gera emprego,
consome material de construção, gerando impostos - mas esses projetos lá estão
paralisados.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Gera impostos, eu disse, e empregos, porque emprego gera emprego e
desemprego gera desemprego.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: E sobre a construção civil, eu hoje estive na Vila
Kanazawa, lá em Belém Velho, uma Vila que existe há muito tempo e que está
praticamente abandonada, sem esgoto, sem arruamento, sem as mínimas condições
primárias. E o esgoto dessa Vila jorra para um condomínio ao lado, que já
cansou de reclamar para a Prefeitura. Mas o pior é que a própria Rua Kanazawa
está praticamente ocupada por moradores, que deixam aquela via extremamente
estreita e que vivem sem nenhuma condição de vida. O problema habitacional em
Porto Alegre é muito grave, e acho que o Projeto do Ver. Wilton Araújo irá
facilitar, irá estimular. Nós precisamos gerar emprego e renda em Porto Alegre,
estimular a construção civil - meu caro João Carlos, que aqui me ouve -, que
estimulará também a geração de empregos e de impostos.
O outro Projeto que está em Pauta
é encaminhado pelo Sr. João Verle, Prefeito Municipal, que altera a Lei Orgânica
do Município e altera alguns prazos a fim de que alguns projetos oriundos do
Executivo sejam enviados para esta Casa, inclusive determinando que o Projeto
do Plano Plurianual seja concluído até o dia 30 de junho do primeiro ano do
mandato do Prefeito, prevê também alteração do prazo de entrega do Projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deverá ser até 30 de agosto de cada ano.
Naturalmente, esse Projeto será estudado nesta Casa, passará pelas nossas
Comissões permanentes e será encaminhado a este Plenário. Em princípio, não
vejo maior dificuldade de adequar os prazos a uma nova realidade.
Srª Presidente, eram esses os
dois Projetos a que eu queria me referir. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
(O Ver. Ervino Besson assume a
presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Caro Ver. Ervino Besson, colegas Vereadoras, Vereadores, minhas
senhoras e meus senhores, o Ver. João Dib nos fez um desafio, e nós,
independentemente desse desafio, já iríamos falar a respeito do nosso Projeto
que disciplina a atividade dos profissionais de sexo na cidade Porto Alegre. É
preciso, antes de tudo, acabar com a hipocrisia nesta Cidade. Quando se fala em
jogos, por exemplo, a hipocrisia reina na sociedade, continua tudo como dantes
e nada disciplinado. No Brasil, a Constituição garante a atividade dos
profissionais do sexo. Não é uma profissão reconhecida, mas a atividade existe!
E, se os senhores e as senhoras abrirem o jornal - inclusive o jornal mais lido
desta Cidade -, todos os dias, apresentam-se homens, mulheres vendendo seu
corpo, mas de forma mascarada, e não há nenhum disciplinamento, causando uma
enorme confusão. Quando estive na Secretaria da Indústria e Comércio, eu
tentei, mas a burocracia me impediu de, nos 15 meses, resolver parte
significativa desse problema. Hoje nós temos brigas em edifícios, zonas
residenciais e comerciais por causa dessa atividade. Não que não possa existir,
porque ela existirá independentemente da vontade do Adeli Sell ou de qualquer
um dos outros Vereadores desta Casa ou de qualquer cidadão desta Casa.
Não estamos discutindo
moralidade, princípios éticos, religiosos ou seja lá o que for. Cada um guarda
o seu credo, eu guardo o meu e respeito o dos outros. Estou discutindo uma
atividade que existe em Porto Alegre, que não tem disciplina e que é um caos.
Participei de muitas reuniões no bairro São Geraldo, na Rua São Carlos, na Av.
Cristóvão Colombo, em toda essa região. Várias noites eu fiz atividades nessa
região da Cidade, chamado por moradores, porque o problema é o impacto de
vizinhança. Inclusive eu tenho um outro Projeto aqui nesta Casa que trata das
questões de impacto de vizinhança, coisa que nós esquecemos de discutir e
introduzir no Plano Diretor; mas, felizmente, na revisão vamos introduzir essa
questão.
Não é tolerável que exista essa
atividade na parada de ônibus, na porta de colégios, próximos de colégios,
hospitais, clínicas, mas ela existirá em alguma rua ou em algum lugar. No
entanto, deve haver disciplinamento. A questão do alvará é uma coisa muito
séria, mas há pessoas que acham que o alvará, necessariamente, é aquele
papelucho que se pendura na parede. Alvará pode ser qualquer documento que
libera uma atividade, pode ser um cartão, pode ser uma carteira. “O tamanho não
é o documento”, o tamanho a gente resolve. Nós temos condições técnicas de
fazer isso. Quem não quer, que continue na sua “atividade de avestruz”, que é
um ser que não pensa, que vive na natureza - eu gosto dos animais -, mas
avestruz enfia a cabeça no chão e não quer saber da vida. Eu vivo Porto Alegre!
Eu amo esta Cidade! Eu conheço rua por rua! Talvez Mário Quintana conhecesse
mais e melhor, mas estou-me esmerando para chegar perto dele, a grande diferença,
Ver. Sebenelo, é o fato de ele ter o encanto das letras, da poesia, sobre o que
eu tenho alguma dificuldade, para não dizer muitas dificuldades.
Portanto, continuarei nessa
batalha. Vamos organizar, vamos respeitar o que existe, mas queremos uma cidade
legal, uma cidade disciplinada, ordenada. Queremos civilização em Porto Alegre!
E não queremos que os jornais apareçam vendendo gato por lebre. Queremos as
coisas claras, como elas são e como devem ser.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Vereador, fico encantado com o pronunciamento de V. Exª Eu não
tenho nada contra as pessoas que andam nas ruas. Só estou entendendo. O que
entende a Legislação brasileira: disciplinar profissões; legalizar profissões
cabe ao Governo Federal. Com a lei de V. Exª , não estaremos resolvendo
problema nenhum.
O SR. ADELI SELL: Há uma leitura equivocada feita por V. Exª. As pessoas podem errar. Eu
também já errei! Não estou disciplinando profissão. Quem pode disciplinar isso
é o Congresso Nacional. Veja o absurdo, Ver. Guilherme Barbosa, engraxate, no
Brasil, não é profissão reconhecida. É um absurdo! As profissões devem ser
reconhecidas. Não legislo sobre isso. Estou tratando daquilo que diz a
Constituição: da vida da cidade, do disciplinamento da cidade. Eu utilizo uma
coisa que existe disciplinada na Constituição Federal, que é uma atividade
lícita, porque sou contra as ilegalidades.
E digo e não tenho medo de usar
certas linguagens. Fui criticado por usar a terminologia “tolerância zero” para
as ilegalidades, porque a direita americana usava. Problema deles! No
português, todo mundo sabe o que quer dizer. Todo mundo sabe o que é legalizar,
ordenar, civilizar. Isso é português! Vou usar sem o conteúdo ideológico que
alguns querem colocar nessa terminologia. Vamos discutir com todos os segmentos
da Cidade. Tenho certeza de que “os dois lados do balcão”, como se diz, estarão
de acordo com a nossa posição. Aprendi, nos últimos anos, que a Cidade quer
ordem, a Cidade quer disciplina, a Cidade quer viver em paz e com
tranqüilidade.
Hoje, inclusive, discutia com o
Ver. Haroldo de Souza a questão do rufianismo, de que iremos acabar com essa
corja da sociedade que explora outro ser humano. No meu ponto de vista, na
minha visão, considero a profissional do sexo como uma exploração, e nós
deveríamos e devemos continuar lutando para que não haja esse tipo de
exploração, mas ela existe.
Outra coisa, todo mundo sabe da
nossa grande batalha contra o turismo sexual, contra a exploração sexual de crianças,
contra esse tipo de barbaridade. Eu fui o responsável por fechar três chamados
“hotéis” que, na verdade, não passavam de um moquiço onde havia esse problema,
inclusive um deles na própria Av. Farrapos. Portanto, nós já demonstramos, na
prática, que é possível. Nós sabemos que está, em torno dessa atividade, o
impacto de vizinhança, que começa com o rufianismo, e o que isso significa de
violência, de roubo e de malefícios para uma cidade inteira.
Eu quero uma cidade legal, eu
quero disciplina, eu quero organização e, por isso, estou apresentando a
legalização de uma atividade. Se alguém tem problemas morais quanto a isso, é
outro problema. Eu quero o bem. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na mesma ótica
do Ver. Adeli Sell, eu gostaria de citar parte de um Parecer do Dr. Rubens
Zumstein, Juiz de Direito e Professor de Direito Penal da Faculdade de Direito
de Franca: “Prostituição é conduta que, do ponto de vista da sexualidade,
refoge ao normal, constituindo-se em atuação imoral. Mas não criminosa.
Prostituição não é crime, como é do conhecimento mais amplo. O meio em que ela
se desenrola, no entanto, pode facultar o surgimento de uma série de atuações
contrárias à lei, como o tráfico de entorpecentes, a corrupção de menores, o
furto, a receptação, as lesões corporais, as mortes violentas.”
A prostituição e as casas de
prostituição não se destinam mais apenas a um direito de encontro libidinoso;
os motéis, os rendez-vous antigos,
franceses, os antigos cabarés, que são hoje as casas de prostituição, deixaram
de ter a sua função para agirem de forma aberta nas ruas. Essa regulamentação
se torna cada vez mais difícil, porque não há uma relação trabalhista entre o
explorador e a prostituta. Então, legislar sobre a distância apenas, do que se
estabelece como geograficamente próximo ou longe de hospitais, igrejas,
escolas, paradas de ônibus - nem a Bíblia na fábula do fariseu e do publicano,
que poderia perfeitamente ser substituído pela prostituta - mostra o tamanho do
preconceito e do problema gerado numa das maiores fontes de criminalidade, que
é a exploração sexual nas grandes cidades. Inclusive o início, a gênese de toda
a história de uma das cidades mais violentas do mundo é a prostituição; a
história do Mangue do Rio de Janeiro é a origem de todo o processo de violência
urbana das relações entre policiais e prostitutas e, posteriormente, dos processos
de exploração, a subseqüência do tóxico e depois a violência.
É esse o quadro que estamos
examinando; não basta apenas dizer que não pode ser feito a 150m ou a 200m de
uma igreja, ou a 100m ou 50m de uma parada de ônibus - não que essa legislação
não possa ser necessária, mas a questão da proximidade é a mais periférica de
todas as circunstâncias que existem. Os problemas da prostituição estão
ligados, como disse o Juiz de Direito, muito mais ao que ela proporciona como
resultado de cultura social: o aparecimento do tráfico de tóxicos, da
violência, da morte, da lesão corporal e do furto. Essa é bem mais grave, é bem
maior e bem mais socialmente importante que a do processo disciplinatório
urbano, que, muitas vezes, inclusive quanto às questões de legislação e
disciplina, beira o ridículo.
Então não basta, por estar
próximo ou longe, que seja proibida a prostituição. Não, é por outros problemas
mil vezes maiores que se tem essa questão da prostituição ligada às questões de
exploração da sexualidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RENATO
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores e comunidade que nos assiste, em primeiro lugar, quero destacar a
presença dos moradores da Lomba do Pinheiro, dos taxistas que vêm hoje aqui,
conforme foi combinado na quarta-feira passada, para a votação do Projeto da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação da Câmara que regulamenta a
situação das permissões e do trabalho dos taxistas lá da Lomba do Pinheiro.
É importante até dizer que são
poucos os dias de votação na Casa, Ver. Ervino, em que há tranqüilidade no
Plenário, até me lembra o Farol de Santa Marta, local calmo, onde as ondas
batem nas pedras bem devagar. Hoje o plenário está com essa calmaria. Estava
comentando isto inclusive com a nossa Diretora Legislativa: que o Plenário está
calmo e que temos que aproveitar para votar o máximo de proposições que estão
aí esperando na Ordem do Dia.
Eu quero destacar, Ver. Ervino,
que temos um Projeto aqui na Casa de autoria do Governo Municipal que declara
de utilidade pública o Instituto Recriar, o qual na realidade é uma ONG, uma
Organização Não-Governamental na Cidade de Porto Alegre que atende crianças de
rua. É conhecida como a Casa Amarela da Araucária, uma Instituição que vem
prestando um serviço de tamanho valor para a cidadania da Cidade, e eu não
poderia deixar de vir aqui e fazer o registro. No período em que estive
coordenando os trabalhos da assistência social na FASC, tive a oportunidade de
me relacionar com os militantes, com os dirigentes dessa Instituição e sei da
dedicação de cada um no sentido de consolidar o trabalho do Instituto Recriar
e, também, de trabalhar a idéia de implantar na prática a concepção do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Portanto, eu quero saudar aqui a
iniciativa do Executivo Municipal e dizer aos meus colegas que se dê prioridade
à aprovação deste Projeto, dando ao Instituto Recriar, à Casa Amarela da
Araucária da o direito de Declaração de Utilidade Pública. O Gilmar e o pessoal
de lá que fazem o trabalho estão de parabéns. Acho que esta Câmara estará
prestando um serviço importante à rede de entidades que atendem crianças e
adolescentes em Porto Alegre declarando de utilidade pública esta entidade.
Eu queria finalizar dizendo à
Verª Clênia Maranhão que este Vereador e outros Vereadores estiveram presentes,
hoje pela manhã, Vereador-Presidente dos trabalhos, na frente da Praça da
Matriz, em um ato de mobilização contra um Projeto de Lei que tramita no
Congresso Nacional, que é um Ato que regulamenta as atividades dos médicos. No
entendimento de todas as pessoas que estão se movimentando, de todas as
categorias que estão se movimentando, esse Projeto de Lei, na realidade, vai
contra o Sistema Único de Saúde, prejudicando-o, na verdade. É o Projeto de Lei
chamado Ato que Regulamenta a Atividade Médica. Nós entendemos que esta Câmara,
Ver. João Antonio Dib, tem a responsabilidade de fazer o debate sobre esse
Processo que está lá no Congresso, para que ele não tramite da forma como ele
está, pois, se assim ele passar, vai trazer prejuízo à saúde pública
brasileira. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Ervino Besson): Obrigado, Ver. Renato Guimarães. Encerrado o
período de Pauta.
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, a cidade de Porto Alegre teve uma tríade de Prefeitos inigualáveis:
em primeiro lugar, sem dúvida nenhuma, o Prefeito José Loureiro da Silva, ele
foi considerado um destaque e não será igualado nunca a ninguém; depois, os Prefeitos
Telmo Thompson Flores e Guilherme Socias Villela, dois Prefeitos mais recentes
e que também foram extraordinários. E é em torno de iniciativas com esses dois
Prefeitos que eu quero fazer um termo de comparação.
O Prefeito Telmo Thompson Flores,
que fez, sim, a cirurgia urbana desta Cidade - e muitas das coisas foram
previstas por seu antecessor, o Dr. José Loureiro da Silva, lá em 1943 -, quis
fazer a elevada sobre a Av. Mauá. Ele fez a concorrência pública, venceram-na,
mas naquele tempo, que diziam que eram tempos de ditadura, o Legislativo era
respeitado. Para que a obra pudesse ser iniciada, a Câmara deveria aprovar a
licitação. A Câmara não a aprovou, e a elevada da Av. Mauá não aconteceu, para
tristeza de toda esta Cidade.
O Prefeito Guilherme Socias
Villela conseguiu recursos para fazer um sistema de controle de trânsito na
Cidade, com televisão, com onda verde. O sistema era perfeito! E, para isso,
ele receberia 100 milhões de cruzeiros, na época, a fundo perdido. Mas a
Prefeitura dependia de um contrato sobre o projeto para implantar esse sistema,
o qual tinha de ser aprovado pela Câmara, mas ela não o aprovou. E nós ficamos
sem os recursos para a finalização perfeita da Cidade. Já naquele tempo, em
1977, o sistema previa o uso de televisão para controlar todo o trânsito da
Cidade. A Prefeitura de agora não coloca nem as câmeras de vídeo, levantando
problemas de toda a sorte. Também o Prefeito Guilherme Socias Villela não
conseguiu cobrir o Auditório Araújo Vianna porque a Câmara não aprovou o
contrato. Agora, a Prefeitura acredita que está acima de toda e qualquer lei e
que a lei foi feita para os outros, não para ela.
Eu tenho aqui o contrato mais
estapafúrdio que, como engenheiro, eu vi até hoje. Não vi nada igual. Eu já vi
comprarem um edifício que fica na esquina da Rua da Praia com a Rua Bento
Martins, se não estou equivocado, onde funcionam a Secretaria que era do Dr.
Adeli Sell e a Secretaria de Educação, com uma escritura tão terrível que diz
que o edifício tem 16 pavimentos - e ele tem 15 - e não diz quantos metros
quadrados tem. Fizeram o financiamento e está tudo certo, mas este aqui ganha
de todos.
A Prefeitura adjudicou, não fez
licitação - mas em Viamão estão fazendo licitação para a mesma coisa, o mesmo
PT -, um contrato de 816 mil, 16 reais e 25 centavos para a Petrobras, só não
diz quantos metros quadrados vão ser asfaltados ou reasfaltados, só não diz
quanto é que custa o metro quadrado, não diz coisa nenhuma, e sem licitação!
Sem licitação, adjudicou para a Petrobras um contrato de pavimentação. A
Petrobras não tem registro no CREA, portanto não pode fazer pavimentação no Rio
Grande do Sul. Por que é que aqui do lado, em Viamão, na antiga capital do Rio
Grande do Sul, a mesma administração petista faz licitação? Por que é que a
Prefeitura de Porto Alegre está acima de todas as leis? Eu nunca vi, Ver.
Guilherme Barbosa, que foi Secretário de Obras como eu, um contrato tão
estapafúrdio como esse. Não fala em metro quadrado, não tem nada de custo, só
diz que a Prefeitura vai gastar 816 mil reais, vai pagar uma parte no dia 5 de
novembro e outra em 5 de dezembro, mas não diz para fazer o quê. Nunca ouvi
falar que se assinasse um convênio, um contrato, seja lá do que quiserem
chamar, tão mal - eu ia dizer outra coisa - redigido. Saúde e PAZ !
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Ver.
Isaac, eu não poderia olhar esse cenário nacional no qual o Ministro José
Dirceu retoma as suas atividades e, já na retomada, convida o ACM para um
jantar com o Sr. Presidente. “Quem te viu e quem te vê” esta “turma do
Planalto” que discursa para os pequenos e governa para os grandes! O
Ministro-Chefe da Casa Civil fazendo cooptação no Senado, começando pelo Sr.
Antônio Carlos Magalhães! Mas, Ver. Isaac Ainhorn, por isso que este Governo
está desse jeito. Eu tenho dito nesta tribuna e repetido várias vezes que o
Fernando Henrique é tão competente que se elegeu, reelegeu-se e fez o sucessor,
porque a prática governamental do Palácio do Planalto foi piorada em relação à
prática do FHC. Aliás, se houver julgamento do FHC e do Presidente Lula, o
ex-Presidente FHC tem que ser julgado pela Lei nº 9.099, no Juizado de Pequenas
Causas, pelos atos que praticou no Planalto.
Eu quero dizer que, no fundo, no
fundo, Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores - e
precisa-se colocar em letras garrafais -, neste momento, Ver. Dib, que se criou
uma “bolha eleitoral”, convocando-se uma cadeia de rádio, de televisão, antes
de entrar o processo eleitoral, para dizer que o País vai crescer 3,5%, para
dizer que o País está em pleno emprego, que o País conteve os seus juros...não
é verdade isso. Este País continua, Ver. Sebenelo, com um índice monumental de
desemprego! São milhares de pessoas, no campo e na cidade, especialmente nos
grandes centros, que nem sequer têm uma passagem de ônibus para bater à porta
de uma fábrica, que também não oferece emprego porque a economia está
estagnada.
Mas por que os jornais fazem
isso? Sabem por que o fazem? Porque o Fernando Henrique fez o Proer dos bancos,
e o Presidente Lula fez o “Proer dos jornais”, começando pela Rede Globo, que
está lá, no BNDES, buscando empréstimos extraordinários e, portanto, tem, sim,
que falar bem do Planalto, criando uma falsa expectativa.
Se o Governo estivesse bem, se fosse para fazer o bem, Ver. Sebenelo, não precisava jantar com o Sr. Antônio Carlos Magalhães, porque eu nunca vi esse homem fazer o bem para o País! Eu nunca vi, na história de 50 anos de vida pública, esse cidadão fazer bem para o País. Então, se o Presidente vai jantar com a sua alta corte e com o Sr. Antônio Carlos Magalhães, significa que é para fazer mal para o País, porque sempre que esse homem operou o fez para trair o povo, operou para fazer maracutaia, operou para fazer negócios. Então, quando o Presidente, quando o seu Governo se reúne para fazer acordo com o Sr. Antônio Carlos Magalhães, os senhores podem saber, absolutamente, que não é a favor do povo; é contra o povo e a favor de manter os privilégios neste País.
Eu fico muito triste porque havia
uma expectativa muito grande neste País, enorme, de alguém que se elegeu com o
voto do operariado, de alguém que se elegeu com o voto dos microempresários, de
alguém que recebeu voto maciçamente da classe trabalhadora, e hoje,
tristemente, este Governo governa para os grandes, governa para a
“banqueirada”, governa para a compra do avião.
Não poderíamos deixar de usar o
tempo de Comunicação de Líder para sinalizar o nosso protesto, o nosso repúdio,
a nossa posição veemente e contrária a esta prática política de cooptação, de
quem sempre combateu isso e que agora no poder age absolutamente ao contrário:
discursa para os pequenos, conchava com aqueles que sempre fizeram maracutaia
neste País e governa para os grandes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; demais
Vereadores e Vereadoras, o que me traz para falar hoje, aqui, é o tema da
educação, no qual temos tido importantes avanços com o Governo Lula.
Evidentemente, não posso deixar de dizer algo sobre as palavras do Ver.
Sebastião Melo, que, parece, anda acometido de um temor muito grande em relação
ao resultado das eleições deste ano, porque o Governo Lula vem mostrando
grandes avanços no campo econômico. Parece que a oposição pretendia que o País
estivesse mal. Essa gente parece que não quer que o Brasil vá bem. Quer que o
Brasil vá mal para poder criticar em cima da miséria do povo, em cima das
dificuldades do País e assim plantar as suas candidaturas.
Quero dizer, Ver. Sebastião Melo,
que o crescimento que o País está tendo, o maior dos últimos anos, seja em
investimentos, seja no crescimento do emprego, seja no crescimento da produção
industrial, no crescimento da exportação, não é invenção da imprensa. Os dados
do IBGE estão aí, os dados de todos os órgãos, de todas as redes estão aí, e eu
quero dizer, como já disse outro dia aqui, que faço uma campanha de porta de
fábrica e tenho constatado, Ver. Gerson, na prática - porque, há quatro meses,
eu estava nas metalúrgicas entregando o meu jornal de prestação de contas -, o
crescimento do número de trabalhadores. Só quem está em casa, ou quem está
simplesmente discursando da tribuna é que desconhece isso.
Eu queria dizer mais, Ver. Sebastião Melo: será que, se o Governo FHC -
que o senhor tem saudade, como demonstrou aqui, e que o seu Partido apoiou -
não tivesse sido derrotado, se o Lula não tivesse barrado as privatizações,
Ver. Gerson, a Petrobrás ainda seria brasileira? Será que a Caixa Econômica,
Ver. Sebastião, continuaria brasileira? Será que o Banco do Brasil continuaria
nacional? Será que os Correios continuariam da Nação brasileira? E a Base de
Alcântara, Ver. Sebastião Melo, que o seu Presidente Fernando Henrique já havia
assinado a entrega para os norte-americanos e nenhum brasileiro lá entraria sem
autorização dos Estados Unidos? V. Exª tem uma memória muito curta! Esquece que
o seu Partido apoiou o neoliberalismo, aliás, o seu Governador Britto - naquele
momento era do seu Partido - entregou a telefonia, entregou a CEEE, entregou a
Caixa Econômica Estadual e deixou o Estado endividado. E V. Exª vem falar em
neoliberalismo? É brincadeira!
Então, nós gostaríamos de lembrar
ao Ver. Sebastião Melo que o seu Partido - e aí ou o senhor está no Partido
errado ou está fazendo proselitismo demagógico - é que entregou este País, por
meio do Governo Fernando Henrique, com uma dívida pública que, ao assumir, era
de 60 bilhões de reais, Ver. Barbosa, e, quando saiu, 980 bilhões de reais;
entregou para o Lula um País com um juro de 26%. Hoje é alto? Ainda é alto, mas
está em 16%. O risco-Brasil: 2.700 pontos. Isso significava, Ver. Guilherme
Barbosa, em qualquer empréstimo externo, 27% de juros acima da taxa bancária
internacional.
Entregou o País, portanto, feito
uma tapera velha, incendiada, e agora querem cobrar do Lula, em dezoito meses,
o que em dezenas de anos arrebentaram. Então, evidentemente, este é um discurso
de quem está sendo, em todo o País, deixado na rabada nesse processo nacional
em que o povo irá decidir os destinos da Nação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, para não ser
desrespeitoso com o nobre Ver. Raul Carrion, eu vou catalogar o seu discurso
apenas como pueril, lamentavelmente retrógrado e reacionário - chamei-lhe de
pueril por despreparo -, porque é indiscutível que esse tipo de argumento
simplista, reducionista, em que, em uma frase, se analisam todas as questões
voltadas à complexidade do Estado, serve apenas como argumento para rebater o
discurso competente do Ver. Sebastião Melo.
Nós queríamos perguntar muito ao
Ver. Raul Carrion, que apóia o Governo Lula, onde estão os dez milhões de empregos
que iriam ser gerados no primeiro ano de Governo? É uma pergunta, porque a
instituição do Programa Primeiro Emprego, gastando 750 milhões de dólares,
originou um emprego em um ano! O emprego do Sr. Manoel, garçom na Bahia. O País
inteiro sabe disso.
Há um personagem famoso que foi
Ministro das Finanças da Espanha e que tem um sobrenome muito interessante, ele
é o enviado do FMI ao Brasil para verificar as suas contas. Sabe qual o nome
dele? Rato, Sr. Rato. Pois esse Sr. Rato esteve aqui no País, e toda corte de Brasília, com a
coluna vertebral extremamente flexível, se submeteu e abriu o País inteiro para
a devassa do FMI, submeteu-se ao receituário do Sr. Rato. Isso foi noticiado em
todos os jornais brasileiros da semana passada! E o que é pior: essa
subserviência ao FMI estava, sim, ligada, ao mesmo tempo, no mesmo momento, às
atitudes de altivez à soberania nacional no dia 7 de setembro. Agora, temos um
País do qual nos ufanamos, pois essa mesma Bancada que dizia que não tínhamos
nada a comemorar na época dos 500 anos de Descobrimento do Brasil - essa mesma
Bancada dizia que nada tínhamos a comemorar -, de um dia para o outro, passou a
ser um “porque me ufano do meu País”, com a mesma subserviência ao Fundo
Monetário Internacional, especialmente se submetendo à devassa de um senhor
chamado Rato.
Então, toda vez que eu venho a
esta tribuna, tenho um orientador e um indicador fantástico de que estou no
caminho certo do meu raciocínio: o comportamento da Bancada do Partido dos
Trabalhadores. Quando eles começam a agir fora do Regimento e a largar esse
tipo de piada, evidentemente eu estou certo e eu vou continuar exatamente nesse
discurso. Quando há incompatibilidade entre a soberania nacional e a
subserviência ao FMI, que tanto foi criticada... E tanto se queria fazer,
inclusive a moratória da dívida brasileira. Hoje somos submetidos ao pagamento
de todos os juros, cada vez maiores, e, com o aumento da dívida brasileira,
isso é insuportável, mesmo que o mundo esteja saindo de uma recessão e que
todos os países do mundo estejam aumentando a sua produção industrial, como
acontece aqui no Brasil, graças a Deus; também aqui no Brasil acontece, e nós
queremos exatamente isso.
Então, o gênio da gestão
nacional, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, do alto da sua soberania, recebe o
Sr. Rato, e, pelo amor de Deus, é o início de uma grande epidemia - lembra-me
muito um livro de Albert Camus, chamado “A Peste”.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, cresce a
desilusão do povo brasileiro com todas as promessas não-cumpridas de milhões de
empregos e, sobretudo, de inclusão social da gente desta terra, que nunca esteve
tão à margem do processo. Está feliz o Ver. Raul Carrion porque o sucesso do
Governo na cooptação do Senador Antônio Carlos Magalhães está produzindo
resultado. Ora, o Senador Antônio Carlos Magalhães sempre foi muito grato ao
PT, especialmente o PT do Rio Grande do Sul, cujo Governo, quando dirigia o
Estado, propiciou o maior incremento da atividade econômica na Bahia ao
expurgar a Ford daqui do Rio Grande do Sul, levando-a para aquele Estado.
Reconhecido, deu apoio ao Presidente Lula. A maior vitória que ele obteve no
País foi no Estado da Bahia, com o apoio do “carlismo”; todo o Brasil sabe
disso. O Senador Antônio Carlos Magalhães tinha o direito de fazer esse apoio
no ano de 2002, porque naquela oportunidade, Ver. Barbosa, o Partido não tinha
candidato a Presidente da República, havia sido implodida a candidatura da
Governadora Rosana Sarney, e aqueles que não concordavam com a candidatura Ciro
Gomes, apoiado pela maioria do Partido, tiveram liberdade para apoiar as
candidaturas que bem entendessem. E sabidamente, no Maranhão e na Bahia, houve
um apoio forte do “carlismo” e do “sarneyismo”, que deram a vitória esmagadora
a Luiz Inácio da Silva naqueles respectivos Estados.
Mas o que se discute hoje, o que
a imprensa brasileira está discutindo - surpresa, inclusive - é a postura do
meu Partido, sim, senhores; o Partido da Frente Liberal, que madrugou no
definir a sua posição de vigilância com relação ao Governo Luiz Inácio Lula da
Silva como a oposição responsável que busca ser. E é naturalmente que um
Partido acusado de ter na sua gênese, no seu DNA, um gosto pelo governismo não
consiga que todos os seus integrantes se perfilem dessa maneira, e o que nós
estamos fazendo, neste exato momento, é responsabilizar aqueles que não querem
aceitar a linha partidária, que querem aderir ao Governo Lula, que já ganhou
adesão de todos os lados. Eu acho que não há um Partido político, Ver. Isaac
Ainhorn, que já não tenha sido vítima da cooptação. V. Exª mesmo, que é do PDT,
perdeu o Deputado Miro Teixeira, que foi cooptado por um Ministério e que não
soube manter a posição determinada pelo nosso saudoso Leonel Brizola. Agora nós
vivemos idêntica situação, nós temos pessoas ilustres dentro do Partido que não
concordam com a linha de oposição determinada pelas instâncias adequadas dentro
do Partido; querem repetir, Ver. Guilherme Barbosa, o PMDB, que aderiu; querem
repetir o PTB, que aderiu em massa, está na competição para mostrar que é o
mais fiel aliado do Governo, enfim, querem até desbancar o PP, cujo Presidente nacional
está louco para aderir, mas não o deixam fazer isso - ele se oferece para
aderir e não é acolhido. No PFL ocorre que, para quem quiser aderir, as portas
estão abertas para que faça a adesão, mas sabem que não devem fazê-lo em nome
do Partido, porque esse não irá tolerar que em seus quadros haja esse adesismo
fisiológico que está ocorrendo. E não se diga que é uma postura radical de quem
não quer dialogar, não; dialoga-se da forma e nas instâncias adequadas. No
Senado Federal, que é o problema do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
Senador José Agripino está lá, dialogando todos os dias, mas de forma
transparente, clara, e não são reuniões em que o Presidente da República entra
pela porta dos fundos, em que as coisas são feitas às escondidas e que ninguém
declara direitinho o que foi discutido. O PFL, desde o momento em que tomou
essa posição, impõe-se a respeito da Nação, demonstrando que não vai viver
eternamente à sombra do Poder, como o acusavam anteriormente. As urnas
jogaram-nos para a oposição, e nós seremos uma oposição responsável e vigilante
até o último momento. Quem quiser, dentro dos nossos quadros, aderir ao
Governo, fazer parte desse “frentão” que se estabeleceu, ajudar a acobertar o
Waldomiro, ser mais uma das marionetes do Dirceu, que o faça, mas o faça fora
do Partido, porque o verdadeiro PFL, o PFL do Senador Jorge Bornhausen, o PFL
do ex-Vice-Presidente Marco Maciel, todo ele tem posição. Nós somos oposição
responsável, vigilante e assim continuaremos até o fim. E quem, Srª Presidente,
dentro do Partido, discordar disso, as portas estão abertas para a saída.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, se há um ano e meio algum analista
político tivesse feito algumas conjeturas, algumas avaliações futurológicas a
respeito do comportamento do Partido dos Trabalhadores, nós não acreditaríamos
nelas. Ninguém imaginaria que o Presidente Luiz Inácio da Silva e o primeiro
Ministro da República, parlamentarista, presidencialista, José Dirceu, fariam
essa profissão de fé, de continuidade do Governo Fernando Henrique Cardoso. As
injunções governamentais, em alguns momentos, impõem aos governantes isso. Mas
a adesão do PCdoB ao ideário neoliberal, na forma como aderiram, não há
registros! Desde os bolcheviques e os mencheviques, não há registro de tamanho
processo de “direitização” na história dos Partidos Comunistas do mundo!
Poder-se-ia acusar Stalin de ter feito o acordo do tratado de não-agressão com
o Governo de Hitler, mas a União Soviética preparava-se para enfrentar o furor
e a violência nazista, e, em nome disso, Stalin celebrou o pacto de
não-agressão com o Governo de Hitler. Agora, aqui não é pacto de não-agressão,
o que o PCdoB fez, enodoando a história desse Partido que foi constituído em
1922, foi curvar-se aos interesses dos grupos mais conservadores e reacionários
deste País.
Certamente, eu não vou
surpreender-me mais, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, se o Presidente do Banco
Central, amanhã, solicitar inscrição, se pretender assinar ficha no Partido dos
Trabalhadores, não me surpreendo mais! Esse prócer da ditadura, do
autoritarismo, da violência dos vinte anos de ditadura que golpeou um governo
constitucional neste País, e era um homem da extrema direita neste País, esse
homem que todos conhecem, que teve que renunciar para não ser cassado, esse
homem hoje... O problema de participar do jantar, “até aí morreu Neves”, mas
dizer e afirmar que pretende assinar ficha no PT... E eu não ouvi ninguém do PT
dizer não, nenhuma tendência do PT na Assembléia Legislativa do nosso Estado,
na Câmara Federal. Não assisti a um Vereador, um Deputado Federal, um Deputado
Estadual do Rio Grande do Partido dos Trabalhadores comparecer a uma tribuna ou
dar uma nota pública dizendo: “Se for no Partido dos Trabalhadores, vou
impugnar”, porque qualquer membro de um Partido tem direito de impugnar um
pedido de inscrição, de registro.
Ver. Adeli Sell, V. Exª , que
pertence a uma tendência mais light
dentro do PT, certamente deve estar muito orgulhoso com a vinda de Antônio
Carlos Magalhães, o “Toninho Malvadeza”, para o Partido dos Trabalhadores.
Certamente, V. Exª participará do ato de filiação. Só não vão aceitar o Collor
porque, neste momento, não interessa e porque não tem poder.
Portanto, a nossa surpresa,
sobretudo, em relação ao PCdoB, um Partido que tem uma trajetória de 86 anos de
história e lutas; esse Partido hoje rasgou o ideário de esquerda e assina o
ideário neoliberal sustentado por Henrique Meirelles. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, no período eleitoral a gente ouve, sem dúvida, muitas afirmações,
e, se a memória não se mantivesse, poderíamos acreditar que realmente seria
alguma coisa muito séria.
Sempre me lembro, Ver. João Dib,
do ex-Vereador, nosso amigo, Airto Ferronato, quando ele dizia “Ora, vejam só”!
Escutar o Ver. Cláudio Sebenelo, do PSDB, vir-nos criticar com relação ao FMI
é, de fato, uma grande brincadeira! Todo um Governo de oito anos que aprofundou
o processo de privatização do País, contraiu contratos com o FMI, os quais
agora somos obrigados a cumprir, vendeu o setor de telefonia, o setor de
energia elétrica e por aí afora. Ver. Cláudio Sebenelo, vir fazer uma crítica
dessa ordem é, realmente, achar que as pessoas neste Brasil não têm memória.
O Governador Antonio Britto, a
exemplo do Fernando Henrique, privatizou parte da CEEE e a telefonia - vendeu,
melhor dizendo -, acabou com a Caixa Estadual, e eu nunca ouvi uma voz do Ver.
Sebastião Melo contra isso! E agora ele acha estranho, é muito interessante! E,
ao mesmo tempo, um Vereador de oposição diz que há toda uma maquinação nos
jornais dizendo que a economia do Brasil está crescendo, e a gente percebe a
torcida contra o País, para que isso não seja verdade. E o outro Vereador diz
que está crescendo, sim, porque o mundo inteiro está crescendo. Bom, tem que se
decidir: cresce ou não cresce?
A verdade é que, de forma
consistente e paulatina, a economia do Brasil cresce, a indústria produz cada
vez mais. Os jornais de hoje trazem a informação de que a economia gaúcha
cresceu 17% à semelhança da economia do País no seu todo. Será que tudo isso é
invenção? Será que é uma grande invenção de todos os jornais, de todos os
setores da indústria do País? Todo o mundo resolveu mentir, tudo na mesma direção,
todos estão mentindo; todos, com certeza, a favor de um determinado Partido.
Ora, isso não é sério! Nós não podemos fazer oposição e torcer contra o País.
Quando a economia, de fato, dá sinais consistentes de crescimento - e não é um
crescimento enlouquecido, é paulatino, são cinco meses já que a economia cresce
e o desemprego diminui -, isso passa a ser ruim para a oposição no País. Que
coisa feia! É uma coisa muito feia torcer contra o nosso País.
Por outro lado, eu quero também
comentar a intervenção do Ver. João Dib estranhando que nós fizemos um convênio
com a Petrobras - um contrato, seja o que for -, examinado pela Procuradoria do
Município, que é seriíssima e competente - acho que V. Exª concorda com isso -,
que avalizou essa relação entre um ente público do Município e uma empresa
pública do País para o fornecimento de um caminhão, que a empresa federal
possui, o qual, recebendo os produtos da pavimentação, elabora a massa
asfáltica e, na medida em que se desloca, já vai fazendo a capa asfáltica. Com
isso, de forma muito mais barata em relação ao que pagaríamos a empresas
privadas, nós estamos melhorando a vida de muitas pessoas, de muitas ruas da
nossa Cidade. Eu não acredito, mas, Ver. João Dib, a gente talvez possa, pela
intervenção de V. Exª , ficar desconfiado de que V. Exª estaria defendendo as
empresas privadas, o que por si só não mereceria nenhuma crítica. Na verdade, a
Prefeitura de Porto Alegre conseguiu estabelecer uma relação entre a nossa
Prefeitura e uma empresa pública federal, por meio da qual muitas ruas
receberão capeamento asfáltico de uma maneira mais barata.
Portanto, nós estamos cuidando
muito bem do dinheiro do Município a fim de que possamos fazer melhorias,
capeamento asfáltico, melhorias para milhares de pessoas em ruas da nossa
Cidade. Então, realmente, não há como aceitar essa crítica, porque tem base
legal, foi examinado pela nossa Procuradoria. De uma maneira mais econômica,
cuidando do dinheiro da nossa Cidade, nós estamos melhorando a vida de muitas
pessoas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Eu faço um apelo aos Srs. Vereadores e Vereadoras
que estão nos seus gabinetes para que venham ao plenário registrar suas
presenças.
O SR. RENATO
GUIMARÃES (Requerimento): Solicito que a chamada seja
feita nominalmente e não pelo painel eletrônico, para ajudar na abertura dos
trabalhos da Ordem do Dia.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Renato Guimarães. (Pausa.) Os Sr. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO com 4 votos contrários.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Srª Presidenta...
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Eu coloquei em votação, Vereador.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Colocou em votação, ganhou, mas eu gostaria que
fosse pelo painel. Todo Vereador é responsável e tem de estar aqui; se não
estiver aqui, paciência, mas o painel existe para isso.
O SR. ISAAC AINHORN
(Requerimento): Srª Presidenta, solicito verificação de votação do
Requerimento do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Solicito abertura do painel eletrônico para que os
Vereadores registrem as suas presenças. (Após registros no painel eletrônico.)
Há quórum, presentes 22 Vereadores.
O SR. GUILHERME
BARBOSA (Requerimento): Srª Presidenta, solicito, de
acordo com as Lideranças, que sejam votados os Projetos na seguinte ordem: PLL
nº 104/04, PLL nº 165/04, PLCE nº 015/03, PLL nº 154/04, PLL nº 098/04, PLL nº
099/04, PR nº 100/04, PLL nº 133/04, PR nº 081/04, PLCE nº 003/04, PR nº
123/03, PLL nº 335/03 e PLL nº 014/04. Então, a princípio, Srª Presidenta, eram
essas as proposições.
O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, gostaria de aditar, dado que a Bancada do PPS não foi
consultada, a esse Requerimento apresentado pelo Vereador governista o PR nº
095/03, de autoria deste Vereador, que trata da questão da Semana da
Consciência Negra e Anti-racismo, que foi objeto de pronunciamento deste
Vereador outro dia, na tribuna.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): A Mesa aguarda consenso entre Lideranças e
Bancadas. (Pausa.) Suspendemos a Sessão para acordo entre as Lideranças.
(Suspende-se a Sessão às 16h03min.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes – às 16h11min): Estão reabertos os
trabalhos.
Solicito que o Ver. Guilherme Barbosa recoloque o Requerimento em relação à ordem de votação.
O SR. GUILHERME
BARBOSA (Requerimento): Srª Presidenta, conforme
negociação mais ampla com as Lideranças que anteriormente não havíamos
contatado, estamos propondo a seguinte ordem de trabalho: PLL nº 104/04, PLL nº
014/04, PLL nº 154/04, PR nº 097/04, PR nº 100/04, PLL nº 165/04, PLCE nº
015/03, PR nº 095/03, PLL nº 112/04, PLL nº 133/04, PR nº 081/04, PLCE nº
003/04, PR nº 123/03 e PR nº 073/04. Procurou-se, exatamente, ter Projetos dos
mais variados Vereadores e dois Projetos do Executivo, pela sua importância.
O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, de novo, a Bancada do meu Partido, o Partido Popular
Socialista, que sempre gosta de compor com a situação, com a oposição, ficou de
lado. Nós tínhamos acertado que ficaríamos lá no meio ou próximos, mas vejo,
com surpresa, que estamos como últimos na lista. Vamos recolocar, dado ser o
único Projeto desta Bancada.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Ver. Wilton Araújo, então, se houver concordância,
nós poderemos colocar o Projeto de V. Exª logo após o PLCE nº 015/03. Não há
problema de nossa parte.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Srª Presidenta, eu queria registrar o meu protesto
a respeito de alterações na ordem de votação dos Projetos no espelho, mesmo que
eu fique sozinho. Eu gostaria muito que nós obedecêssemos à programação que é
enviada pela Casa. Hoje, o primeiro seria o Projeto da Verª Helena Bonumá, que
inclui Parágrafo Único ao art. 75 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
E deixo uma pergunta: por que o espelho é alterado e por que é um Projeto para
cada Vereador?
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em votação o Requerimento do Ver. Guilherme
Barbosa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. Haroldo de Souza.
Em votação o Requerimento desta
Presidência, solicitando que o Ver. Carlos Alberto Garcia represente a Câmara
Municipal de Porto Alegre no VIII Encontro Nacional de Revendedores de
Combustíveis e no VII Encontro de Revendedores de Combustíveis do Mercosul no
dia 16 de setembro de 2004, em Gramado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2312/04 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 104/04, de autoria da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação - CUTHAB, que
regulariza os serviços de transporte individual de passageiros por táxi em face
do disposto na Lei Estadual n. 9641, de 26 de março de 1992, e dá outras
providências. Com Emenda n.º 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação
do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 30-08-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 104/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. João
Bosco Vaz.
Em votação a Emenda nº 01 aposta
ao PLL nº 104/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA com o voto contrário do Ver. João Bosco Vaz.
(O Ver. João Carlos Nedel assume
a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0084/04 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui o Salão
Internacional de Desenho para Imprensa no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 19-05-04.
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 014/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(A Verª Margarete Moraes reassume
a presidência dos trabalhos.)
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3532/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 154/04, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Pastor Ubiratan Batista Job.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-09-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 154/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal). APROVADO
por 25 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3834/04 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 097/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio
Mérito Sindical ao Senhor Ricardo Baldino.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-09-04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete
Moraes): Em discussão o PR nº 097/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3985/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 100/04, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Advogado Nilo Bernardi.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 13-09-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 100/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 27 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 3897/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 165/04, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que altera a denominação do logradouro público cadastrado,
conhecido como Praça Figueira da Pedra, localizado no Bairro Vila Nova, para
Praça Mariana e Malane Franco Casagrande.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, IV, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-09-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 165/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 26 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2548/04 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 112/04, de autoria dos Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol, que
denomina Rua Therezia Kisslinger e Praça Geraldo Zaniratti os logradouros
públicos não-cadastrados, localizados no Bairro Três Figueiras, e revoga a Lei
n. 9.306, de 11 de dezembro de 2003.
Observações:
-
para aprovação voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2º, IV, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 15-09-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 112/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 26 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 7085/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 015/03, que
altera o regime urbanístico em área específica a ser observada na Área Especial
de Interesse Institucional - Porto Seco - com gravame estabelecido pela Lei
Complementar n.º 434, de 24 de dezembro de 1999 - PDDUA e regime urbanístico
definido pela Lei Complementar n.º 324, de 31 de maio de 1994, e dá outras
providências.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 01-09-04.
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em discussão o PLCE nº 015/03. (Pausa.)
Há um Requerimento de autoria do
Ver. Isaac Ainhorn, solicitando adiamento da discussão do PLCE nº 015/03 por
três Sessões. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de sua autoria.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, ao nosso ver, duas matérias que
envolvem o Plano Diretor estão sendo votadas de maneira açodada, Ver. Pedro
Américo Leal. Uma delas foi na segunda retrasada, e o PT sabe, Ver. Beto
Moesch, Ver. Luiz Braz, que tem que se buscar uma consensualidade para votar
matérias polêmicas. Na segunda-feira retrasada, o PT votou a questão do Decreto
Legislativo do Ver. Wilton Araújo, com um quórum de apenas 17 Vereadores, e
rejeitou porque a matéria envolvia maioria simples.
Hoje um Projeto, cujo Parecer
estava para ser votado no âmbito da Comissão Especial do Plano Diretor... E a
matéria não estava sendo votada na Comissão porque há questões polêmicas,
suscitadas pelo Ver. Sebastião Melo - altamente polêmicas! Estavam encaminhando
um Pedido de Diligências formulado no dia em que a matéria seria apreciada,
porque na última Sessão não houve quórum de votação. A Comissão Especial
funcionou, mas não havia quórum para deliberar, então a matéria não foi votada!
Agora o PT vem ao plenário, Ver.
Nereu D'Avila, e se vale do art. 81 para tentar empurrar, aqui nesta Casa, uma
matéria “goela abaixo” dos senhores legisladores! Isso não é assim, não é
assim! Então, não se precisa mais de Legislativo! Eu até estranho que uma
matéria polêmica tenha sido incluída de forma consensualizada. Aliás, não havia
definição de que havia esse Projeto polêmico, senão, tenho certeza de que o
próprio Líder da Bancada do PDT nos ouviria para encaminhar essa matéria,
porque envolve matéria do Plano Diretor lá no Porto Seco. Nós queríamos ouvir,
em primeiro lugar, várias autoridades e entidades ligadas àquela área da
Cidade, para então prolatarmos o voto. O Ver. Sebastião Melo formulou uma série
de questionamentos.
Então, acho de bom alvitre, numa
matéria dessas, altamente polêmica, examinarmos com maior cautela, com maior
equilíbrio, pedindo, em primeiro lugar - não sei qual foi o Vereador, ou se foi
a Liderança petista, que solicitou o art. 81 para inclusão na Ordem do Dia -,
que essa matéria seja adiada por três Sessões, a fim de que possamos, entre as
Lideranças da Casa, buscar um entendimento. Ver. Pujol, V. Exª é o
Relator-Geral da Comissão Especial do Plano Diretor, e essa matéria estava para
ser votada no âmbito da Comissão, então, examiná-la sob a égide do art. 81 é
atropelar o processo legislativo, Vereador, e é o que o PT está fazendo. Não
vai levar porque eu confio aqui na ação da oposição, que não vai deixar votar
essa matéria do jeito que está, pelo menos vamos adiar, vamos esperar que essa
matéria ganhe o Parecer no âmbito da Comissão Especial e que os pedidos, as
manifestações e as ouvidas das pessoas que foram solicitadas, os quais o Ver.
Sebastião Melo pretende encaminhar, sejam examinados.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita
adiamento da discussão do PLCE nº 015/03 por três Sessões.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Srª Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras,
na verdade, o Ver. Isaac Ainhorn está querendo criar uma polêmica que, de fato,
não existe. Qual o mérito do Projeto? Qual o objetivo do Projeto? Por
solicitação! E isso todos os Vereadores sabem, aqueles pelo menos que compõem a
Comissão Especial que analisa o Plano Diretor.
A Associação do Porto Seco, Ver.
Pedro Américo Leal, associação dos empresários portanto, encaminhou ao
Executivo Municipal solicitação de troca do enquadramento, no Plano Diretor, de
uma determinada área da região, com objetivo de construir um conjunto
residencial para os seus funcionários naquela área. Esse é o centro e o
objetivo do Projeto que está em tramitação. Não vai ser uma obra do Executivo
Municipal, será uma obra da Associação do Porto Seco, dos empresários que
pretendem dar melhores condições de moradia aos seus funcionários na região
perto do Porto Seco. Portanto, vejam os senhores que não há, no mérito do
Projeto, polêmica.
Muito bem, o Projeto chegou à
Casa em dezembro do ano passado, portanto ele está na Casa há mais de oito
meses; mesmo considerando o recesso, são seis meses e meio que está na Casa.
Foi à Comissão Especial e lá permaneceu mais de dois meses sem andar, a Bancada
do Governo tentando votar, inclusive havia representação da Direção da
Associação do Porto Seco solicitando à Comissão Especial que votasse. Essa
falsa polêmica foi levantada lá no âmbito da Comissão. Falsa polêmica! Porque é
um Projeto simples, não há maior implicação no desenvolvimento urbano da
Cidade. Há, sim, a possibilidade de aquela Associação melhorar a vida dos seus
funcionários, Ver. Ervino Besson; essa é a questão que está em jogo! Eu não
vejo onde está a polêmica! O Ver. Beto Moesch, por exemplo, da Bancada do PP,
examinou o Projeto, e nós sabemos que ele tem - em tese, pelo menos - posição
favorável ao Projeto. Porque, repito, não há problema urbano no Projeto, não há
problema que implique outras questões, que crie alguma situação complicada para
o restante da Cidade. Então, eu não sei por que o Ver. Isaac Ainhorn diz que o
Projeto é polêmico, porque de fato não é.
Portanto, dentro dessa nossa
exposição, eu solicito aos colegas Vereadores que não aprovemos este
Requerimento, que possamos votar este Projeto, porque ele é um Projeto
importante e foi - repito mais uma vez - solicitado pela Direção da Associação
do Porto Seco, para que essa mudança de enquadramento do Plano Diretor seja
feita. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Atenção, nós estamos encaminhando o Requerimento
apresentado pelo Ver. Isaac Ainhorn, que propõe adiamento de discussão por três
Sessões do PLCE nº 015/03.
O Ver. Pedro Américo Leal está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. PEDRO AMÉRICO
LEAL: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, raramente assomo
à tribuna para discutir algo que represente adiamento. Os meus companheiros hão
de ter reparado nesta particularidade nesses 12 anos. Mas acho que esse Projeto
que deu entrada na casa em Lei Complementar do Executivo merece, por parte da
Câmara, de todos que aqui se encontram, de V. Exas., a devida apreciação: pois
entrou em regime do art. 81? Não se explica isso! Acho, que é uma área que
estava destinada a estacionamentos e que agora pode ser revitalizada por
construções familiares. Até concordo com isso, mas o que não posso entender é
que, no fim do ano, quase expirando 2004 ano, nós aqui nos subordinemos ao art.
81, a impactos sucessivos do art. 81. Por quê?
O Presidente da Comissão
Especial, o Ver. Isaac Ainhorn, já manifestou a sua estranheza, solicitando que
se dilate por três Sessões a apreciação desse Projeto. Eu concordo, mas, se
acho que deveria haver residências ali, para poder dar vitalidade e até
humanização àquela área. Também estranho essa precipitação do Sr. Prefeito, por
intermédio da sua Bancada, de pedir o art. 81. Por quê? Para que existem
Comissões nesta Casa? V. Exª , Ver. Isaac Ainhorn, já foi Presidente. O
trânsito normal é passar pelas Comissões. Por que não vamos observar isso?
Temos três meses até o final do ano! Sou pela solicitação do ilustre Ver. Isaac
Ainhorn, do pedido de adiamento por três Sessões, pelo menos, para que se possa
estudar a matéria, ler, avaliar as conseqüências desse pedido.
Srª Presidenta, hoje o Plenário
está arisco, meio nervoso, está belicoso, como mariposa, pula aqui, pousa ali,
vai por lá! Sugiro que nós aceitemos a solicitação do ilustre Ver. Isaac
Ainhorn, que é Presidente da Comissão, e que pelo menos estudemos esse caso.
Concordo na humanização daquela região, que pessoas morem por ali, mas estranho
muito essa precipitação do art. 81! Nunca pedi a aplicação do art. 81! Nunca
pedi o art. 81! Por quê? Se nós temos Comissões, deixem as matérias passarem
por elas! Os Projetos têm trânsito normal dentro da Casa. Temos de nos
acostumar a isso! Disciplina! Disciplina de Plenário, de Casa Legislativa, de
Câmara Municipal. Vamos seguir o normal, vamos estudar isso! Vamos ler. Por que
não ler? Aprovar isso hoje de tarde, repentinamente? Não vejo necessidade
nenhuma.
É esse o meu encaminhamento,
ilustre Presidenta.
(Revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Pedro Américo Leal o
encaminhamento.
O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, solicitando adiamento da discussão do PLCE nº 015/03 por três Sessões.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; demais
Vereadores, Vereadoras, Ver. Isaac Ainhorn, que fez o Requerimento, eu queria
ponderar a todos os colegas o seguinte: esse Projeto é do dia 29 de dezembro de
2003, portanto ele está completando no mínimo nove meses. Dizer que é
precipitado votar uma matéria que entrou nesta Casa há nove meses, Ver. Pedro
Américo Leal - nove meses -, é um absurdo! E os Srs. Vereadores não se debruçaram
sobre o problema? Então, assim nós vamos levar nove anos! Eu entendo, Ver.
Isaac, que nós tivemos tempo de sobra.
Quero chamar a atenção sobre
outra coisa: é menos de 10% da área, Ver. Wilton, que vai ser autorizada para a
utilização de moradia popular numa cidade, Ver. Elói, que nós sabemos da
necessidade. Mais ainda: quem poderia ser contrário a isso são os empresários
do Porto Seco, poderiam entender que, quem sabe, a finalidade não é devida, mas
eles mesmos, que são os maiores interessados, nos pedem que somente 10% da área
seja destinada para a habitação. E o Projeto é o Projeto Porto Seco que tramita
aqui, Ver. Leal, há nove meses! Nós vamos assinar um atestado de que os
Vereadores, em nove meses, não estudaram ainda o Processo, que acham precipitado?
Não pode ser assim.
Então, como eu tenho certeza de
que nós não vamos dizer isso, é viável a votação. Queria dizer mais, olhe aqui
mais um detalhe, Ver. Leal: tenho em minhas mãos um Parecer do Ver. Beto
Moesch, do seu Partido, o PP, sabem quando ele foi assinado de forma favorável?
Em 13 de maio de 2004, na Comissão do Plano Diretor. Nós temos um Projeto,
desde o ano passado, tramitando nesta Casa, temos um Parecer de um Vereador do
seu Partido desde 13 de maio de 2004, e o Ver. Leal acha que é precipitado! Eu
sei que V. Exª foi mal informado no seu pronunciamento aqui.
O Ver. Beto Moesch diz (Lê.): “1.
A área em causa, proposta para uso residencial, não foi adquirida pelo
Município para a implantação de obras do Porto Seco e continua no domínio privado,
conforme nos informou o Arquiteto Adel Goldani, representante da Secretaria
Municipal da Produção, Indústria e Comércio...” Continua: “2. A coerência do
regime urbanístico proposto no art. 3º do Projeto, idêntico” - tal e qual - “a
qual se incorpora...”. E mais: “3. O uso residencial com habitação unifamiliar
[...] não se institui como imposição legal, pois citado o art. 3 é corretamente
menos restritivo. 4. Finalmente, entendemos que a área em causa seria liberada
do gravame do Porto Seco, para se integrar na Unidade [...] Pela aprovação do
Projeto.” - Ver. Gerson Almeida -, do Ver. Beto Moesch, que é um Vereador
cuidadoso, que preza a questão ambiental, a destinação das áreas. Quero
parabenizá-lo, Ver. Beto Moesch, pelo Parecer.
Então, como vamos considerar
precipitada a votação de um Projeto com quase um ano de tramitação na Casa, com
Parecer positivo da Comissão e que só não foi assinado pelos demais Vereadores?
Faço um apelo aos Vereadores para que votemos matéria de tão alto interesse
para a Cidade. Não há por que protelar, impedir o Poder Executivo de dar uma
destinação tão nobre a essa área de menos de 10% do Porto Seco. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando
adiamento da discussão do PLCE nº 015/03 por três Sessões.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Isaac
Ainhorn, eu gostaria que o Partido do Ver. Raul Carrion fizesse 50% de esforço
para a votação da PEC Paralela no Congresso Nacional, a qual se arrasta há
muitos anos! Eu gostaria que eles fizessem 30% de esforço, que o seu
”Ministro-Chefe auxiliar”, que é do Partido dele, do PCdoB, de descendência
albanesa, fizesse 30% de esforço. Mas eu quero discutir a matéria, não vou
fugir dela!
Ver. Isaac Ainhorn, veja o
seguinte: esta Casa constituiu, no ano passado, uma Comissão para reavaliar o
Plano Diretor da Cidade. E, num determinado momento, chegou-se à conclusão de
que todos os Processos envolvendo a revisão do Plano Diretor deveriam ir para a
Comissão. Foi o que aconteceu. Portanto, todos os Processos foram avocados a
essa Comissão. E esse processo, e falo dele com bastante propriedade... Ver.
Pedro Américo Leal, o Ver. Raul Carrion gosta da boa intriga, e V. Exª , que é
um dos Vereadores mais diligentes, falou com firmeza e determinação aqui nesta
tribuna, eu acompanhei atentamente, mas o Ver Carrion não tem feito esforço
para que o seu Partido vote a PEC Paralela, já aqui na Casa, nos interesses do
Governo...
Quero voltar à discussão do
Projeto. Eu pedi diligência a este Projeto, que foi atendida em parte. Leio
aqui, na página 46, onde pedi onze itens de diligência. Ver. Isaac, se
buscarmos as notas taquigráficas, veremos que em vários momentos requeri a V.
Exª que pudéssemos produzir um debate aqui com os usuários do Porto Seco, os
empresários do Porto Seco e com a Secretaria de Coordenação e Planejamento do
Município, e esse debate foi postergado. Eu não tenho nenhuma dificuldade para
enfrentar essa matéria, mas, se enfrentá-la hoje do jeito que está, posso
abster-me, posso votar contra, não há nenhum problema.
Agora, o que eu acho que está
equivocado, Ver. Guilherme Barbosa, é o seguinte: há uma Comissão do Plano
Diretor, e eu acho que a Comissão tinha de apreciar, primeiro, o Relatório. Há
um Relatório a ser apreciado.
(Aparte anti-regimental do Ver.
Raul Carrion.)
O SR. SEBASTIÃO MELO:
É que o Ver. Carrion anda com dificuldade de
explicar esse neoliberalismo Federal deste Governo que discursa para os
pequenos e governa para os grandes, então ele fica assim um tanto “apurado”.
Mas vamos voltar ao tema.
Acho,
Ver. Guilherme, que uma matéria como a revisão do Plano Diretor, uma matéria
que não foi apreciada pela Comissão do Plano Diretor, em que o seu Relatório
não foi votado, se eu requeiro o art. 81, estou depreciando o trabalho da
Comissão. Eu não quero discutir o conteúdo da matéria, eu quero discutir a
metodologia, a qual acho que não está correta. Na porteira que passa um boi,
passa uma boiada. Eu reúno uma Comissão, eu reúno os Vereadores das 10 horas às
13 horas em reuniões, muitas vezes, intermináveis e depois coloco um Projeto
dessa envergadura para votar por força do art. 81. Isso deprecia o trabalho da
Comissão do Plano Diretor. Isso nos coloca na seguinte situação, aquilo que eu
dizia: vamos fazer um acordo e vamos apartar do Plano Diretor, pois esse
assunto não tem que ser discutido no Plano Diretor. E aí nós vamos votá-lo nas
Comissões temáticas ou até por força do art. 81. Agora, eu não posso ter uma
Comissão no Plano Diretor, e esta Comissão não avalia, não discute, não
aprecia, e aí eu requeiro o art. 81. Hoje faço isso com o Plano Diretor; amanhã
faço com a área de Interesse Especial; depois faço com o Estatuto da Cidade e,
mais adiante, com outros assuntos altamente relevantes como este para a Cidade.
Então, eu acho que o método está errado, está equivocado.
V. Exª tem razão, Ver. Isaac,
vamos dar uma paradinha nesse andor, vamos deixar passar três Sessões, vamos
encontrar o equilíbrio, vamos fazer o debate, pois eu não sei por que os
empresários, a comunidade do entorno e o Governo não querem este debate. Eu
acho que esse debate é oportuno. Portanto, eu vou votar com V. Exª Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Guilherme
Barbosa, o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 9 votos SIM e 13 votos NÃO.
Em discussão o PLCE nº 015/03
(Pausa.)
Requerimento, de autoria do Ver.
Carlos Pestana, solicitando que o PLCE nº 015/03 seja votado nesta Sessão, sem
possibilidade de solicitações de adiamento de discussão e de votação. Em
votação. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, de tanto
usar cachimbo, a boca fica torta. Essa prática que vem formando jurisprudência
nesta Casa é altamente maléfica para o contraditório. Há um Regimento na Casa,
e, se este Regimento é bom ou não é bom... Nós estamos discutindo há muito
tempo a mudança deste Regimento, e muitas coisas têm de mudar, mas é faculdade
do Parlamentar pedir adiamento de votação de qualquer matéria. Ao retroagirmos,
veremos que, na votação do Projeto da Previdência, com as alianças, isso aqui
foi um “baile da vassoura”, no qual, a cada momento, cada um dança com um.
Então setores, os mais diversos desta Casa, aliançaram-se naquele momento para
coibir a discussão aprofundada da Previdência. Passou-se mais um mês, veio a
LDO com 300 Emendas Populares, feitas pelo controle social desta Cidade, e a
Bancada governista, continuísta, neoliberal recauchutada, vem aqui e faz esse
novo Requerimento para coibir, Ver. Isaac, que as contradições entre o discurso
e a prática sejam expostas, porque a Bancada governista tem um discurso jeitoso
e tem uma prática horrorosa, prática autoritária. A questão aqui não é de
mérito, esta podemos enfrentar neste momento, agora. Não é isso que está em
discussão, não é isso que se coloca neste momento. O que se coloca é se a
metodologia está correta.
Vereadora-Presidenta, ao longo
desses quatro anos, eu muito mais perdi as minhas teses nesta tribuna e não fui
embora para casa chateado em nenhum momento; muitas vezes, fiquei aqui até às
22 horas, até às 2 horas da madrugada. Repetirei isto sempre: posso perder, mas
quero ter o direito de discutir sempre. Muitas vezes fui a esse microfone de
apartes, mesmo quando a Bancada governista ou alguém da oposição tentava tolher
ou rasgar o Regimento. Não. Posso não concordar com uma vírgula, posso não
concordar com um ponto-e-vírgula, posso não concordar com nada, mas vou
defender, sagradamente, Ver. Pedro Américo Leal, o direito de o meu adversário
fazer as suas argumentações.
Portanto, eu acho que esse não é
um bom método, esse não é o melhor caminho para esta Casa, para o Congresso
Nacional, muito menos para qualquer Assembléia Legislativa. Quero mais uma vez
aqui desafiar o Ver. Carrion, que é o líder auxiliar do Governo neoliberal
recauchutado do Sr. Lula da Silva, para que ele ligue ao seu “Ministro-Chefe
auxiliar” e diga que se empenhe para a votação da PEC Paralela. Da mesma forma,
eu vou mandar cópia deste debate dizendo que a PEC Paralela precisa ser votada,
porque os trabalhadores do Brasil esperam há muito tempo que se vote, e o PCdoB
tem virado as costas para a PEC como o diabo para a cruz. Mas eu tenho certeza
de que o Ver. Raul Carrion vai ajudar muito, porque ele é um Vereador
diligente, competente, capaz, extraordinário! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Carlos Pestana.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, surpreende-nos a agilidade do Líder da
Bancada do PT, Ver. Carlos Pestana, que aprendeu o Requerimento aquele, assim:
“Olha aqui, ó, não pode haver mais adiamento de votação”. Ele gostou tanto
desse Requerimento que tem tentado empurrar “goela abaixo” da oposição esse
Requerimento em todos os episódios de debate aqui nesta Casa. Mas eu acho que a
oposição, neste momento, vai dar uma resposta, até no Requerimento, porque nós
não vamos votar. E, se nós não conseguirmos, no meu entendimento, bloquear esta
votação - porque eles estão aqui com uma maioria simples, assim, tranqüila, mas
maioria absoluta eles não têm -, a oposição vai saber o caminho, porque essas
matérias exigem uma avaliação maior. Como disse V. Exª , quando um Vereador
pede o adiamento de uma matéria é porque ela não está suficientemente
amadurecida para ser votada, sobretudo matérias que envolvem o Plano Diretor,
cujo relatório está para ser votado.
E mais um detalhe: eu não sei
onde está o Vereador do PCdoB, Vereador comunista, Raul Carrion. (Pausa.) O
Ver. Raul Carrion, que está lá nas galerias, diz que a matéria, porque na
Comissão Especial não foi votada... Ela esteve permanentemente na ordem dos
trabalhos para ser votada, era um dos Pareceres que estavam prontos. Na
realidade, o Ver. Sebastião Melo tinha questionamentos fortes em relação ao
mérito e não se sentia suficientemente informado sobre questões fundamentais
dessa mudança do regime urbanístico. E mudança de regime urbanístico, Ver. Raul
Carrion, é questão séria. E o fato de estar, desde 19 de maio, pronto e não ser
votado - e o Ver. Raul Carrion integra a Comissão Especial -, por alguma razão
não o foi... Ninguém estava “sentado em cima” do Processo, ele estava na ordem
prioritária dos trabalhos para ser votado, mas não o foi. Até porque, na
legitimidade dos seus direitos, no exercício soberano da sua condição de
Parlamentar, o Ver. Sebastião Melo fez inúmeras perguntas em relação a esse
Projeto que, até hoje, não foram respondidas! E o PT não pode, “goela abaixo”,
votar essa matéria! Tanto isso é verdade que ela não foi votada na Comissão
Especial. E, normalmente, todas as matérias estão sendo votadas na Comissão
Especial. Mas essa, coincidentemente, não está sendo votada. E nós sabemos que,
sobre essa matéria, há questionamentos densos e relevantes. Então, é óbvio que
se impõe o adiamento.
No entanto, se o PT quer “forçar
a barra”, Ver. Pedro Américo Leal, a oposição também sabe que essa matéria precisa
ter 17 Vereadores em Plenário; para ser votado, sim, precisa de maioria
absoluta. O PT, hoje, não tem nem 13 Vereadores para dar sustentação aqui à sua
posição. Então, nós temos mecanismos de defesa. E, assim como eles rejeitaram
uma matéria importante na semana passada, qual seja, o Decreto Legislativo que
o Ver. Wilton Araújo está reapresentando, de anulação do arbitrário e perverso
Decreto do Executivo em afronta à lei, então eu acho que o melhor é não
votarmos nem mais um Requerimento. Porque a oposição tem o direito de defesa de
usar o instrumento de questionamento do quórum, até por trabalhar, não por não
trabalhar, pois é uma maneira de não ver essa matéria empurrada “goela abaixo”
em cima da oposição, uma vez que ela não foi objeto de exame do Parecer no
âmbito da Comissão Especial.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá solicita Licença para Tratar
de Interesses Particulares no dia de hoje.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento
de licença da Verª Helena Bonumá e dada a posse ao Suplente, conforme consta na
Ata.)
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos
Pestana.
O SR. ADELI SELL: Mui digna Verª Margarete Moraes, Presidente desta Casa; colegas
Vereadores e Vereadoras, nós temos obrigação de votar esse Projeto, é um
Projeto de interesse da Cidade. Muitas vezes eu ouço discursos aqui, na
imprensa e em vários lugares, falando da necessidade de casas populares, de
termos terrenos adequados para que a população possa construir suas casas e
ter, portanto, habitações unifamiliares. Pois nós fizemos um grande estudo na
Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio acerca de toda a área do
Porto Seco, e, através da nossa assessoria, do nosso Arquiteto Adel Goldani,
junto com a Associação do Porto Seco, junto com os moradores, com as
associações da região, verificamos toda a possibilidade legal de uma parte
daquela região ser ocupada por residências unifamiliares. Vejam a facilidade
para as pessoas da Região Norte de Porto Alegre, pessoas que moram na Região,
muitas vezes pagando aluguel, morando com familiares - portanto de favor - e
que poderiam estar ali ao lado, junto ao Porto Seco, que é o maior
empreendimento que emprega as pessoas daquela Região. Nesse sentido, eu queria
fazer um grande apelo a todas as Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores para
que votássemos esse Projeto hoje.
Os apelos do Ver. Isaac Ainhorn
são completamente infundados! O Vereador conhece, o Vereador sabe da importância
da matéria para o desenvolvimento de Porto Alegre, para o desenvolvimento do
Porto Seco! Não há nenhuma autoridade que nos possa cobrar qualquer questão
sobre o Porto Seco porque, inclusive, nós conseguimos fazer retornar à
municipalidade vários terrenos que haviam sido comprados em tempos passados,
não-pagos, toda a área foi retornada para a Prefeitura de Porto Alegre! Fizemos
um esforço muito grande na Administração para regularizar, para colocar tudo
isso em dia, com as escrituras de ruas, com as escrituras dos terrenos,
recuperados para o Município, junto ao 6º Cartório! Foi um trabalho hercúleo,
feito por uma equipe, por poucos profissionais, porém dedicados e sabedores da
importância e da necessidade da habitação naquela Região, Ver. Pedro Américo
Leal! Eu, como Secretário da Produção, Indústria e Comércio, trabalhei esse
Projeto, fiz esse esforço com os técnicos e com os profissionais para que
pudéssemos votá-lo. Não cabe adiá-lo, isso não tem nenhum sentido; vai
prejudicar o desenvolvimento da Região. Nós temos uma obrigação moral com
aquela comunidade e temos que votar hoje esse Projeto.
Portanto, são essas as
considerações, houve tempo, os argumentos estão postos, há legalidade do
Processo, e não há nenhuma justificativa cabível para não votarmos hoje. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este
Projeto já foi, sim, Ver. Pedro Américo Leal, amplamente debatido, discutido na
Comissão do Plano Diretor. V. Exª sabe que eu sou o Relator dessa matéria, eu
nunca fiz, nos três anos e meio de mandato nesta Casa, um Parecer sem estudar a
matéria, sem ouvir os agentes que, de alguma forma, fazem parte da matéria que
estou relatando.
Aqui, no caso, se está tentando
alterar uma parcela mínima do Plano Diretor da Cidade no que diz respeito ao
Porto Seco, para que ali, naquela área, se possa fazer casas habitacionais para
os trabalhadores do Porto Seco.
O que eu fiz como Relator?
Primeiro, analisei a área, o interesse dos empresários e dos funcionários do
Porto Seco, o porquê da necessidade de alteração do Plano Diretor por parte do
Poder Executivo e assim por diante. Portanto, com muito cuidado - e demoramos
para fazer o Parecer, embora isso possa não parecer, porque não é só o que está
no papel, foram meses de discussões, de trabalhos que fizemos como Relator -,
entendemos, depois disso, de entregar à Comissão do Plano Diretor, como
Relator-Temático, o Parecer favorável. Por duas vezes, o Projeto chegou a ser
incluído para discussão, chegou a ser discutido. Ele não foi votado, mas foi
discutido na Comissão do Plano Diretor, Ver. Dr. Goulart.
Entendemos, respeitando
obviamente as demais manifestações, que já estamos mais do que amadurecidos
para votar favoravelmente esse Projeto, porque aquela região necessita disso.
Os moradores não fazem óbice, pelo contrário, defendem a alteração no Plano
Diretor no que diz respeito a isso. O índice construtivo é baixo, atendendo
justamente aquela região; e interessa, portanto, para o bom desempenho
econômico e social da Zona Norte de Porto Alegre a inclusão das habitações
naquela área que hoje não podem ser feitas.
Ver. Pedro Américo Leal, Ver.
João Antonio Dib, que está atento a esse assunto e que me perguntava várias
vezes sobre isso, por uma única e exclusiva questão técnica de desenvolvimento
econômico e social, respeitando os princípios urbanísticos da Constituição
Federal e do Plano Diretor, nós temos, sim, que votar favoravelmente esse
Projeto de Lei; nada mais do que por isso. Está aqui o Ferraro, nosso
urbanista, que colaborou conosco nesse processo. Portanto, Ver. Luiz Braz,
tivemos todo o cuidado ao dar o Parecer, única e exclusivamente embasados em
questões técnicas, ouvindo a sociedade, os moradores, os empresários e os
funcionários do Porto Seco. Mais uma vez, sem vacilar, dou meu depoimento
favorável, não só como Relator, agora como um Vereador que votará
favoravelmente ao Projeto de Lei com relação à alteração - pequena - do Porto
Seco, para a qualificação do Porto Seco. Isso vem qualificar a cidade de Porto
Alegre.
O Parecer, obviamente não vou
ler, está à disposição dos demais Vereadores e Vereadoras para que possam, sem
vacilar, votar favoravelmente um Projeto - volto a insistir - de fundamental
importância para o desenvolvimento econômico e social da Zona Norte da cidade
de Porto Alegre, da Cidade no seu todo e da região em termos habitacionais.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, demais Vereadores, vou usar
menos do meu tempo porque creio que o pronunciamento do Ver. Beto Moesch
esclareceu definitivamente a questão.
Se nós podemos fazer alguma
crítica, em algum momento, ao Ver. Beto Moesch, é por ele ser rígido nos seus
Pareceres, ser extremamente cuidadoso, zeloso; uma pessoa que não é da base do
Governo e que deu um Parecer favorável. Quero lembrar mais: já teve Parecer
favorável do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, no dia 18 de
novembro de 2003; Parecer favorável da Procuradoria desta Casa, que é uma
Procuradoria séria; Parecer favorável do Ver. Beto Moesch; há quatro meses está
para ser apreciado pela Comissão, foi discutido mas nunca consegue ser votado,
e, há nove meses, está tramitando na Casa. Então, não há exagero, não há pressa
e não há açodamento nenhum, na verdade, nós temos que criar condições para que
os trabalhadores do Porto Seco tenham moradias nas proximidades. Ver. Pedro
Américo Leal, por isso, mesmo sabendo que o senhor já votou contra, agora irá votar,
certamente, junto com a sua Bancada, para favorecer as transportadoras, os
trabalhadores e assim favorecer a Cidade, que é o objetivo desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac
Ainhorn, o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que solicita a
discussão e votação do PCLE nº 015/03 nesta Sessão, sem possibilidade de
solicitações de adiamento. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 14 votos SIM e 02 votos NÃO.
Em discussão o PLCE nº 015/03. O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/03.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, no início da
tarde, quando nós discutíamos as matérias que seriam votadas, eu assumi o
compromisso de que, se dependesse de mim, todas as matérias que haviam sido
acordadas seriam votadas na tarde de hoje. Vale dizer que eu não haveria de
retirar o quórum, em face daquele compromisso. Não disse que ia votar a favor
dessa ou daquela matéria. Realmente, com relação a esse assunto, Ver. Beto
Moesch, eu tenho algumas dúvidas, algumas dúvidas que me autorizam a ter muita
cautela no meu voto, preocupo-me em saber que essa matéria está sendo, hoje,
tão fortemente disputada entre aqueles que querem vê-la votada e aqueles que
não querem vê-la votada. Não é do meu feitio, nunca foi, trabalhar em cima da
protelação - nunca foi.
Quero até lembrar que essa
matéria, na última reunião da Comissão do Plano Diretor, estava com condição de
ser votada e que nos faltou quórum para votá-la, e esse quórum nos foi negado
inclusive por pessoas que hoje querem aqui que seja votado sem o Parecer da
Comissão que existe nos autos, ainda que não aprovado, Ver. Pedro Américo Leal,
ainda que não aprovado nem rejeitado, porque ele não chegou a ser submetido ao
Plenário. Houve uma série de questionamentos, Pedidos de Diligências, e foram
deferidos em sua quase totalidade, porque é um direito das pessoas requerer o
Pedido de Diligências; e a matéria chega aqui sem Parecer, o que é, no mínimo
estranho, na medida em que, tendo ficado muito tempo com essa matéria à nossa
disposição, não tenha ocorrido a nossa manifestação.
Então, só quero deixar muito
claro: eu ouvi murmúrios quando votei no último Requerimento e votei contra a
realização da votação no dia de hoje, mas o fiz na convicção de que, se ela for
votada no dia de hoje, vou enfrentá-la.
O Sr. Guilherme
Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Reginaldo Pujol, cumprimento V. Exª , que havia feito esse acordo
com a Liderança do Governo e o cumpriu explicitamente. Parabéns e um abraço a
V. Exª.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Eu fiz um acordo com as Lideranças em geral quando
organizaram a pauta dos trabalhos. Havia uma concordância, e todos participaram
do entendimento de que todos haveriam de contribuir para haver quórum para
votação dessa matéria. Cumpri com a minha obrigação, o que não implica dizer
que eu esteja absolutamente solidário com a proposta. Há algumas coisas que
deveriam ter sido esclarecidas e que deveriam ter sido discutidas na Comissão,
Ver. Barbosa. V. Exª sabe que é muito comum na Comissão que as partes, quando
não se sentem muito privilegiadas nas suas posições, retirem o quórum. Nós já
realizamos mais de oitenta reuniões dessa Comissão e não tivemos a felicidade
de ver liberados tantos Projetos como era nosso desejo que fosse liberado.
Eu não votei anteriormente quando
foi feito o Requerimento do adiamento exatamente porque nós estávamos coerentes
com a nossa posição. Agora, eu votei contra a proposta do Ver. Pestana; com
isso dei quórum. Sei o que representou o meu voto, dei o quórum, pois eu
havia-me comprometido a dá-lo, e agora vou enfrentar a discussão aqui.
Presentemente, a minha posição não é daqueles que acham que está tudo certo
nesse Projeto, que se tem de votar imediatamente e aprová-lo. Tenho as minhas
restrições e irei oferecê-las no devido momento, no encaminhamento da matéria.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/03.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, vai acabar que o PT, que não coloca a
sua maioria em Plenário, e este Projeto precisa de maioria absoluta...vai haver
quórum para funcionar, Ver. Pestana, e vai acabar sendo rejeitado, porque não
atingiu maioria absoluta. Não é assim que se constrói uma relação sadia.
O Ver. Sebastião Melo questionou
uma série de pontos do presente Projeto, sendo que esses pontos deveriam ser
avaliados sobretudo na Sessão de exame da matéria, propriamente dita, no âmbito
da Comissão Especial. Não foi, Vereador, e é muito mais tranqüilo quando uma
matéria chega já pronta de uma Comissão, sobretudo uma Comissão Especial
composta por 19 Vereadores. E, na última Sessão da Comissão Especial, Ver. Raul
Carrion, a matéria não foi votada no âmbito da Comissão - o Parecer - porque a
maioria petista não estava aqui para dar o quórum necessário para se votar a
matéria, e os Vereadores da oposição, dos mais diversos Partidos, estavam aqui
presentes.
Então, não é atropelando
processos que se vai votar uma matéria. Eu acho que, para o bom entendimento,
nós tínhamos de assumir um compromisso de votar a matéria, por intermédio da
retirada do art. 81, a retirada da “camisa-de-força” do art. 81, voltar para a
Comissão Especial, as dúvidas serem esclarecidas, e, aí sim, votar a matéria. É
simplesmente isso que nós propugnamos. Hoje, se houver quórum e votarmos, a
matéria corre o risco de não ter 17 votos. E, não havendo, é uma vitória de
Pirro - consegue-se a votação e a matéria é rejeitada. Não são 22 votos, bastam
17 votos para aprovação da matéria. E, hoje, o PT não tem nem a sua Bancada
completa e nem a sua linha auxiliar aqui presente. Seus aliados não estão
presentes, Ver. Guilherme Barbosa! Eu posso dar-lhe um aparte se V. Exª quiser,
já que estou discutindo a matéria. Quem está assegurando o quórum aqui é o Ver.
Pedro Américo Leal, que entendeu o pedido das três Sessões, é o Ver. Luiz Braz,
porque a matéria não é consensual na oposição. Há Vereadores da oposição que
vão votar favoravelmente, nós sabemos, mas, mesmo assim, não há quórum. Há
quórum para funcionar a Sessão, mas não há os 17 votos para aprovar. Se houver
quórum, apesar do atropelamento, será uma decisão da maioria, e a maioria a
gente respeita. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Margarete Moraes): Não há mais quem queira discutir o PLCE nº 015/03.
(Pausa.)
A Verª Sofia Cavedon solicita
verificação de quórum. (Pausa.) (Após verificação de quórum.) Registro a
presença de 11 Vereadores. Não há quórum para continuarmos a Ordem do Dia.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h39min.)
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